Transtorno Borderline: viver no limite


Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro

Viver no limite das emoções – essa é a frase que melhor pode definir uma pessoa com Borderline. Essas pessoas normalmente vivem uma enorme instabilidade emocional, de relacionamentos e de comportamentos. As situações mais “ameaçadoras” para elas são as possibilidades de serem abandonadas ou rejeitadas (ou mesmo o fato de se sentirem assim sem nenhuma evidência concreta) e não terem as suas carências afetivas supridas. É comum a impulsividade e o comportamento explosivo, além de ameaças constantes – e tentativas – de suicídio e automutilação. Ao menor sinal de abandono, os sentimentos desencadeados são muito intensos e a raiva se torna incontrolável, se manifestando nos comportamentos agressivos.

É possível que os sintomas evoluam e passe a apresentar também uma desconfiança desproporcional das pessoas com quem convive e sintomas dissociativos (perder a noção da realidade). Trata-se de um Transtorno de Personalidade (ou seja, é caracterizado por padrões de comportamento e de sentimentos fixos, estáveis e inflexíveis).

Muitas pessoas confundem o Borderline com o Transtorno Bipolar e a principal diferença é que, quando falamos do Bipolar, as variações de humor duram muito mais tempo, ou seja, a pessoa passa muito tempo no estado depressivo (de dias até meses) e muito tempo no estado de euforia (de dias até semanas). Já no Borderline, inúmeras variações de humor intensas e desproporcionais com a realidade podem ocorrer em um único dia.

Os sintomas costumam aparecer na adolescência ou início da vida adulta e há grandes chances da pessoa desenvolver o abuso de álcool e outras drogas, ter seus relacionamentos prejudicados ou se envolver em relações que oferecem riscos à ela, tem sua vida profissional e social muito afetadas.

As causas para o desenvolvimento do transtorno são muitas, dentre elas, a existência de familiares que já apresentam os sintomas, vivências de abuso ou negligência na infância, traumas ou instabilidade familiar.

O tratamento pode incluir medicações (acompanhadas por um médico psiquiatra) e psicoterapia para que possa aprender a manejar os sentimentos diante das situações e comportamentos impulsivos.

Imagem capa: Pinterest

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Sobre a autora:

Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, Fundadora e Administradora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556

 


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Borderline, a extremidade sentimental


Por Cleunice Paez

Instabilidade emocional, a palavra mais certa para este transtorno. Afetos e comportamentos confusos e incompreensíveis, esta é a realidade de um Borderline. Consideráveis prejuízos e alto risco de suicídio. Border, estar na linha, na borda.

Este transtorno talvez seja um dos mais complicados, possuem grande dificuldade em concluir tarefas e instabilidade emocional, muita crises de identidade e muitas vezes acompanhadas de automutilações e ferimentos, abuso de drogas e psicotrópicos. Suas relações amorosas são baseadas na intensidade em tudo, assim como alternâncias na alegria e tristeza aos extremos.

São pessoas conhecidas por comportamentos impulsivos e às vezes agressivos. O borderline tem dificuldades vindas de uma infância desorganizada mentalmente, assim como a inconstância no apego com os pais, este visto como segurança e em outros momentos como ameaçador e medo.

Na maioria dos casos de borderline os pais eram punitivos, tiveram alguma experiência traumática ou houve erro de processamento de pensamento. Estes traumas desencadeiam uma vida cheia de esforços para evitar o abandono seja real ou imaginário.

A impulsividade é um dos grandes alertas, pois podem desencadear vícios e até comportamentos perigosos, as perturbações de identidade e de sentimentos, fazem com que suas reações sejam imprevisíveis. Os afetos geram muita ansiedade e irritabilidade, mudando seu humor de um momento para outro. Sentimentos de vazio se tornam crônicos por serem intensos, aumentam o apego sufocando o outro, ou ao extremo, se torna raiva.

O excesso de emoções do borderline pode liberar opióides, uma espécie de analgésico natural que o corpo produz, capaz de diminuir a dor durante as mutilações em momentos de alta tensão emocional. O corpo fica condicionado a liberar este analgésico em todos os momentos que se sentir tenso, fortalecendo o comportamento repetitivo de automutilação.

De acordo com a terapia cognitiva comportamental, o borderline possui frequentemente pensamento do tipo tudo ou nada, designado como pensamento dicotômico, visto como um erro cognitivo.

O que a terapia cognitiva comportamental oferece é organizar quais os fatores são ameaçadores, questões de risco e todo o processamento de erros de pensamento que podem ser trabalhados em terapia.

Desde que ocorra a colaboração do paciente, pode-se conseguir identificar os desencadeadores de situações estressoras e ressignificar momentos novos.

Muitas vezes o borderline se envolve com parceiros que partilham dos esquemas do transtorno, mantendo um relacionamento instável e em constante conflito. Como isso pode modificar comportamentos e alterar até a dinâmica do relacionamento, pode ser necessário terapia de casal ou individual do parceiro, para que quebre o círculo vicioso e assim realizem novos comportamentos frente a conflitos.

Imagem capa: Pinterest

Colunista:

Cleunice Paez
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Psicóloga pela UNIP
Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental – CETCC
Especialista em Psicologia Jurídica – UNICID
São Paulo- SP
Contato:
(011) 970172525 
http://www.psicologavilamariana.com.br
Email: paez.psicologa@gmail.com

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