Compreendendo o Transtorno do Pânico


Por: Juliana Lima Faustino 

O transtorno do pânico é um transtorno de ansiedade que se caracteriza pela presença de ataques de pânico recorrentes. Um ataque de pânico é um período de intensa ansiedade e medo que pode durar de 30 a 50 minutos. Durante esse período uma pessoa pode ter sintomas como taquicardia (coração acelerado), tremores, formigamentos, dormências, suor, calafrios, falta de ar, tontura, sensação de irrealidade, medo de perder o controle, medo de morrer ou de enlouquecer.

Qualquer pessoa pode sofrer um ataque de pânico durante a vida, mas para que alguém seja diagnosticado com transtorno do pânico é preciso que esses ataques sejam freqüentes e acompanhados de um medo intenso de um próximo ataque.

O primeiro ataque de pânico é sempre inesperado e é muito comum que as pessoas que o sofrem procurem atendimento médico acreditando que estão sofrendo um infarto. Só quando constatam que não há problema físico que explique o ataque é que essas pessoas buscam um psiquiatra ou psicólogo para tratamento adequado.

Pessoas que sofrem de transtorno do pânico vivenciam o que é chamado de “medo do medo”, elas estão sempre com medo de que um novo ataque se repita. Este medo exagerado mantém essas pessoas em constante estado de vigilância e qualquer alteração corporal percebida é interpretada como o início de um novo ataque. Devido ao descontrole emocional e a uma série de pensamentos catastróficos sobre suas sensações a ansiedade aumenta até ao nível de um ataque de pânico.

O transtorno do pânico pode comprometer de muitas formas a qualidade de vida. Muitas pessoas evitam os lugares onde já tiveram uma crise pelo medo de sofrerem novamente. Aos poucos essas pessoas deixam de trabalhar, evitam sair de casa, abrem mão de viajar ou fazer atividades que acham prazerosas.

O tratamento do pânico envolve medicamento e psicoterapia. Os medicamentos antidepressivos e ansiolíticos atuam na diminuição dos sintomas e na prevenção das crises. A psicoterapia, por sua vez, trabalha as questões emocionais que estão na origem e manutenção do transtorno.

Embora o pânico surja de forma inesperada e sem motivos aparentes sabe-se que circunstâncias estressantes estão relacionadas com o surgimento do primeiro ataque. O longo período de tempo que pode existir entre um episódio estressante e um ataque acaba dando uma falsa ideia de que não há relação entre os fatos, mas o fato é que o organismo humano suporta por um tempo os desgastes emocionais até perder o seu equilíbrio. Além de fatores ambientais, os fatores genéticos e biológicos também estão na origem do pânico.

Para saber mais sobre o transtorno do pânico acesse o vídeo onde abordo mais sobre o tema: https://youtu.be/vAc5JkEUQaE

Imagem capa: Pexels

Colunista:

Juliana Lima Faustino
CRP 05/43780

Psicóloga (PUC-Rio) / Terapeuta Cognitivo-comportamental (Cepaf-RJ) 
Blog: www.psijulianafaustino.wordpress.com
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E o teu medo de ter medo


Por: Maicy Rodrigues Araújo

Medo. Todos nós sentimos em algum momento da vida, o que é totalmente normal. O medo é o gatilho que dispara as sensações para o nosso cérebro de que o nosso corpo está em alerta. O cérebro, por sua vez, passa a liberar compostos químicos que aumentam a frequência cardíaca, deixam a respiração acelerada e energiza os músculos, deixando-nos angustiados e inquietos. As pupilas se dilatam, o sangue é enviado em sua maioria para os músculos maiores, o que nos deixa com pouco sangue na pele, causando calafrios. Esse tsunami de reações é o nosso corpo se preparando pra enfrentar uma batalha.

O medo está no nosso código genético e faz parte do instituto humano. Serve para nos alertar de situações possivelmente perigosas ou arriscadas. Desde pequenos, somos expostos a situações que nos causam insegurança… A separação da mãe, quando ela tem que voltar a trabalhar. O medo do escuro, quando já sabemos que existe o claro. Medo do abandono, medo de nossos pais descobrirem alguma arte que aprontamos. E o medo vai evoluindo na medida que vamos crescendo e nos desenvolvendo, se tornando mais complexo.

A forma como somos criados, as pessoas que nos cercam e como lidamos com as situações do cotidiano vão ajudando a moldar nosso “eu”. E você, como aprendeu a lidar com o medo?

Para muitas pessoas, sentir medo é algo natural. E deveria ser mesmo. Até por volta de 1980, quando a Associação Americana de Psiquiatria publicou oficialmente o nome de uma “nova” doença: Síndrome do Pânico.

O medo passa a ter uma conotação diferente. Todas as sensações descritas acimas podem aparecer a qualquer momento, estando você ou não em situação de perigo. Em 99% das vezes, você está seguro. Isso mesmo. Segurinho da Silva.
Mas morre de medo. Medo de quê mesmo? Dificilmente você saberá responder. Só sabe que sente medo, e muito. E como o corpo começa a apresentar os sintomas de que algo ruim está prestes a acontecer, é exatamente aí que se inicia a crise de pânico. E ai de quem diga que você não tem nada. “Como assim moço? Eu estou morrendo!”

A sensação de morte é incrivelmente real. Sentir que se está tendo um ataque cardíaco, não conseguir mais respirar, as pernas travarem… são situações comuns ao tentar se descrever o que se sente.

E aí corre pro hospital, faz uma bateria de exames. E você não tem “nada”. E como se explica isso?

Se você já passou por um médico e fez todos os exames possíveis para descartar qualquer doença física, eu tenho que te dizer: provavelmente você teve crise de pânico e precisa de ajuda. E isso não precisa ser um bicho de sete cabeças! É um transtorno, podemos dizer que é uma “doença” como outra qualquer.

Os sentimentos encontram-se confusos e o cérebro não funciona como antes. Quando a gente sente dor de cabeça, precisa tomar remédio pra passar, certo? E quando a gente tem síndrome do pânico? Precisa de tratamento médico e terapêutico. E da nossa força de vontade!

As crises de pânico não tem hora nem local pra acontecer. Isso faz com que o indivíduo que teve uma crise passe o tempo todo temendo uma nova. É o medo de ter medo. E a gente não percebe que dessa forma, estamos nós mesmos preparando todo o ambiente para o pânico se instalar.

E aí a vida começa a ficar muito complicada. O pânico afeta todas as áreas da vida. Sem tratamento, o medo se torna incontrolável. Aí vem o medo de sair de casa, o medo de ir trabalhar, medo de viver. E a pessoa paralisa sua vida. Não consegue mais sair de casa, não tem mais perspectiva de nada. O que muitas vezes a leva a evoluir para uma depressão.

A palavra “desamparo” é muito dita por quem tem pânico. No dicionário, desamparo é o estado de quem se encontra abandonado, privado de ajuda material e/ou moral.

E gente, faz todo sentido. Os meus pacientes sempre dizem que não podem ir a tal lugar sem alguém, porque como farão caso se sentirem mal? Quem os vai amparar? Quem vai cuidar deles, caso sintam qualquer coisa? E aí entra a “bengala”. A maioria das pessoas com pânico precisa de alguém pra acompanhá-la, isso a faz sentir mais segurança, pois mesmo com medo de uma possível crise, sabe que terá apoio.

Eu mesma já senti isso várias vezes.
E me preocupa tanto perceber que o pensamento negativo tem uma força absurda nesse momento. Ele fica te dizendo que você não vai conseguir, que não tem coragem, que vai te vencer. Mas ei, O MEDO NÃO VAI TE VENCER!! Diz isso pra ti mesmo hoje, agora, em voz alta. Por mais maluco que possa parecer. Nós somos mais fortes que os nossos medos.

Os medos são criação da nossa cabeça. E quem manda na nossa cabeça? Isso mesmo, nós mesmos. Não, eu não estou dizendo que é fácil. É difícil pra caramba. Eu estou dizendo que é possível!

Então medo, me faça um favor? Pegue seu banquinho e saia de mansinho, que hoje eu vou levar minha coragem pra passear. Vamos todos?

*Sempre busque a ajuda de um profissional quando sentir que não consegue lidar com o problema sozinho(a). 

Imagem capa: Pexels

Coluna:

Maicy Rodrigues Araújo
CRP 10/03113

Maicy Rodrigues Araújo é Psicóloga, formada pela UNAMA (Universidade da Amazônia). É especialista em Desenvolvimento Infantil pela UEPA (Universidade do Estado do Pará), possui MBA em Gestão de Pessoas pela FACI (Faculdade Ideal) e cursou o Programa de Educação Continuada em Psicopedagogia (ABED). É Aprimoranda em Psicologia Clínica com ênfase na abordagem Gestáltica pelo GEGT (Grupo de Estudos Gestálticos).
Atualmente, trabalha como Psicóloga Clínica e Orientadora Profissional em consultório particular e na modalidade online.
Escreve e administra o instagram @_tododiapsicologia_, com a idéia de levar Psicologia de fácil acesso ao dia a dia das pessoas. Idealizadora do programa OPT (Orientação Profissional para todos), dando palestras gratuitas em diversas escolas no estado do Pará sobre a escolha consciente da profissão.
É de Belém/Pará.

Contato:
(91) 98839-7900 
maicyrodrigues@gmail.com

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[Vídeo] Ansiedade e Síndrome do Pânico


Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro

Neste vídeo o YouTuber PC Siqueira relata a sua própria experiência com a Ansiedade e a Síndrome do Pânico.

Muitas pessoas não entendem ao certo como são os sintomas de uma crise ligada a esses transtornos e também tem dificuldades em compreender como é tão difícil que alguém simplesmente “levante da cama” e faça suas atividades normalmente quando se vivencia episódios assim. A resposta vem no vídeo: transtornos como esse são incapacitantes!

Quem sofre com eles, tem a consciência de que não está conseguindo seguir a sua rotina e executar suas tarefas, mas simplesmente não consegue fazer algo a respeito.

No vídeo, PC reforça o quão prejudicial pode ser para a melhora da pessoa quando os outros julgam o que ela está vivendo e, ao invés de orientar a buscar uma ajuda especializada, criticam, brigam ou tentam forçar uma reação perante ao quadro.

Assista a seguir:

É muito importante reforçar que, caso você tenha se identificado com os sintomas descritos no vídeo, ou mesmo conheça alguém que possa se encaixar nessa descrição, procure um profissional (psicólogo ou psiquiatra) ou oriente a pessoa a procurar.

» Talvez um de nossos Psicólogos pode te auxiliar, caso precise (Encontre um Psicólogo aqui).

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Síndrome do Pânico e o medo de ter medo


Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro

O ‘medo de ter medo’ ou Agorafobia é um estágio complexo e uma das sensações mais recorrentes em pessoas com a Síndrome do Pânico. Em casos mais graves, essa sensação pode levar o indivíduo a se isolar completamente e isso ocorre porque ele evita se expor a situações e ambientes que podem desencadear novas crises de Pânico. Ou seja, o medo de sentir medo, de vivenciar uma nova crise – e isso leva a um ciclo de pânico que faz com que a pessoa tenha sua vida social totalmente prejudicada.

Outros transtornos podem estar associados aos episódios de pânico, como Transtornos de Ansiedade, Fobia Social, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, entre outros.

Normalmente um ataque ou crise de pânico se caracteriza por um medo intenso associado a ao menos quatro destes sintomas: Palpitações, sudorese, tremores ou abalos, sensações de falta de ar ou sufocamento/asfixia, dor ou incômodo no tórax, náusea ou desconforto abdominal, tonturas ou vertigens, sensação de “não ser eu mesmo”, medo de perder o controle ou de “enlouquecer”, medo de morrer, formigamentos, ondas de calor ou calafrios.

As causas do Transtorno do Pânico ainda não são plenamente definidas, embora alguns fatores estejam associados e observados com frequência como facilitadores comuns de crises em pacientes. Alguns destes fatores são: relação biologicamente ligada a uma disfunção dos neurotransmissores (o que poderia agravar a sensação de medo), eventos traumáticos ou intensamente estressantes, uso de álcool e outras drogas, estilo de vida ansioso e estressante, entre outros. Há uma suspeita ainda da ação hereditária, o que não é um consenso, pois alguns pacientes que desenvolveram a Síndrome não relatam sua ocorrência em nenhum outro familiar.

Os sinais do Transtorno do Pânico requerem atenção, mesmo que em sua fase inicial, pois ao serem ‘menosprezadas’ as crises tendem a se repetir e de forma cada vez mais intensa, já que o paciente passa a sentir medo constante de que elas ocorram novamente, o que leva ao ciclo de medo já citado.

Por isso é importante buscar auxílio psicológico e médico. O apoio familiar também é muito importante, pois em casos mais graves é válido que a pessoa esteja sempre acompanhada e se sinta amparada.

Referências:

– Ballone GJ – Síndrome do Pânico – in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2015.
– Síndrome do Pânico

Imagem: Shutterstock

 

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