Bipolaridade – O linear entre a depressão e a euforia


Por: Cleunice Paez 

Provavelmente você já ouviu falar sobre o Transtorno Bipolar, ou até já foi chamado de bipolar. A verdade é que muitos desconhecem as reais definições do que é, como funciona e como é tratamento.

É um dos transtornos mais estigmatizados e julgados socialmente. O quadro se apresenta por fases bem definidas de euforia, ao que chamamos de fase de mania ou hipomania (euforia mais leve) alternando para o quadro de depressão.

O que os terapeutas e a medicina avaliam são os graus de intensidade que se apresentam em cada paciente, pois podem ocorrer alterações de humor por meses ou até diariamente (ciclotímico).

A problematização vem não acerca apenas do paciente, mas de toda a sua família, círculo social e de trabalho, também podem se desencadear comorbidades, isto é, a união e abuso de álcool e drogas, quadros de ansiedade, déficit de atenção, entre outros, além de risco de suicídio.

Quanto mais rapidamente se buscar um diagnóstico e um tratamento adequado, melhor será a qualidade de vida. Às vezes as pessoas buscam ajuda quando o quadro já é persistente e já prejudicou todas as áreas da sua vida, portanto, quanto mais cedo tratar, pode haver menos reincidências, compreender melhor as fases, e aprender a lidar com as alterações de humor.

Este transtorno necessita de medicação, os mais utilizados são os estabilizadores de humor e antidepressivos, mas devido a sua constante mudança e alterações no medicamento, muitos fazem um tratamento inadequado ou acabam o deixando de lado.

É importante saber que o trabalho psicológico é fundamental para qualidade de vida, pois somente o medicamento não é suficiente, já que nem todos respondem bem ou da mesma forma aos estabilizadores de humor.

Os bipolares carregam padrões de pensamentos irrealistas e podem se beneficiar com a terapia, aprendendo organizar seu tempo, realizar atividades e focar de maneira adequada ao tratamento medicamentoso. Muitos perdem a capacidade em obter os prazeres da vida, se limitam a afazeres de forma mais obsessiva e compulsória. Aprender a lidar com os sentimentos confusos e pensamentos é fundamental no tratamento.

O que podemos perceber é que existem muitos erros clínicos de diagnóstico, dificultando o processo para iniciar o melhor tratamento, isto porque é bem complicado definir e afirmar que seja bipolaridade.

O paciente pode chegar com a queixa de déficit de atenção e não saber definir se tem ou não ansiedade, se já teve depressão ou fases de mania (mesmo que leve, hipomania). Podem pensar que o uso de drogas ou álcool seria decorrente de outros históricos, e acabar sendo descartado como sintomatologia da bipolaridade, é um trabalho bem investigativo.

Por isso quanto mais você tiver autoconhecimento, compreender porque pratica alguns comportamentos e aprender sobre si, mais fácil será buscar ajuda mais rápida e específica, ou até mesmo indicar para alguém que você observa essas alterações de humor.

Quebrar o preconceito da doença é a primeira regra, pois provavelmente deverá fazer o uso de medicamentos e ter auxilio terapêutico. É melhor considerar ter uma vida com mais qualidade, do que viver no sofrimento pelo medo do julgamento dos outros e de si mesmo.

Fazer a psicoeducação com seu psicólogo sobre o transtorno é essencial para entender o quadro, desenvolvimento e processo de tratamento. A terapia pode te ajudar identificar e analisar as mudanças que ocorrem em cada fase, pois cada personalidade tem um desenvolvimento diferente. O Psicólogo poderá te auxiliar nas estratégias para modificar os pensamentos irreais, desorganizados e depressores.

O principal objetivo é a redução dos sintomas e de recaídas, assim como melhor aderência aos medicamentos.

Outro ponto fundamental é ter o apoio familiar e de amigos, a quebra do preconceito e da hostilidade é bem importante e incentivador para a continuidade do tratamento. Melhor ajudar, do que julgar.

Existem várias técnicas que podem ser utilizadas em processo terapêutico, e é necessário buscar um profissional que tenha conhecimento da bipolaridade, tenha experiências de tratamento ou indicações.

O transtorno bipolar tem tratamento e manutenção, basta você querer ser ajudado e compreender que será sempre contínuo, mas que está tudo bem, se isso te trouxer uma qualidade de vida melhor.

Colunista:

Cleunice Paez
06/103445

Psicóloga pela UNIP
Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental – CETCC
Especialista em Psicologia Jurídica – UNICID
São Paulo- SP
Contato:
(011) 970172525 
http://www.psicologavilamariana.com.br
Facebook.com/psicologaclinicaejuridicacleunicepaez/
Email: paez.psicologa@gmail.com

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[Dica de Filme] Sentimentos que Curam – Transtorno Bipolar em pauta


“Sentimentos que Curam” foi escrito e dirigido por Maya Forbes e é uma história autobiográfica. O filme relata um ano da infância da autora, período em que ela e a irmã, por conta da mudança da mãe para outra cidade, foram criadas pelo pai, diagnosticado com Transtorno Bipolar.

Mark Ruffalo, ator que interpreta o pai das duas meninas, afirma que o filme vai além de retratar o Transtorno em si. Ele relata que o longa trata sobre o amor. “Acho que no final das contas, é um filme sobre amor. É, sim, sobre família e também um pouco sobre a doença e o fato de que ela é admirável” diz o ator que tem casos de Bipolaridade e Depressão em sua família.

Se você quiser saber mais sobre o Transtorno Bipolar, clique neste link.

Abaixo, assista ao trailer do filme Sentimentos que Curam:

Fonte: Folha de S. Paulo


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