Feridas na alma: Falando sobre Relacionamento Abusivo


Por: Maicy Rodrigues Araújo

“Mulher que bebe é muito feio”, “Não adianta se fazer de santa que eu sei que não és”, “Por que você tá dançando assim? Estás te expondo ao ridículo!”, “Não pinta o cabelo dessa cor, não corta curto, homem gosta de cabelo comprido”, “Tatuagem? Credo! Não faz!”, “Você tem que me entender, eu só fiz isso por estar passando por um momento difícil”, “A culpa é sua, você me fez agir assim”, “Eu faço isso porque te amo”, “Não te quero falando com fulano e beltrana”, “Você está passando muito tempo com sua família”, “Mulher direita não fica saindo por aí sozinha”, “Ficas ridícula quando faz isso”, “Você me provocou”!

Intermináveis socos na alma, pontapés no coração. Feridas invisíveis aos olhos dos outros, que procuram por sinais de violência física para caracterizar um relacionamento abusivo. Perto de TANTA humilhação, silêncios hostis, diminuição de autoestima, falas carregadas de preconceito e chantagem emocional… De verdade, fico me perguntando se tudo isso não dói bem mais que um tapa na cara.

A violência a que somos submetidas em um relacionamento abusivo geralmente começa de maneira sutil. São comentários “inofensivos” (segundo o agressor) e “brincadeiras”, que ferem emocional ou fisicamente. A tortura é lenta e quando você se dá conta, está em um jogo psicológico e adivinha? A culpada é sempre você. Tudo que acontece tem um único motivo e é você. O desejo de controle do agressor sobre a vítima cresce à medida que vamos concordando e aceitando o que é imposto por ele.

Começamos então a duvidar do que realmente somos e fazemos. “Será mesmo que eu estava falando tanta besteira ontem?”, “Será que essa saia é vulgar e eu deveria andar mais coberta?”, “Acho que realmente, eu posso ter feito papel de boba”, “Melhor eu ficar calada pra não passar vergonha”…nesse momento, começa a pior perda do mundo. A perda de nós mesmas.

O meu ponto de referência passa a ser o outro. O meu eu fica engolido e massacrado de vergonha, críticas e medo. Um medo enorme de perder a única pessoa que ainda se interessa por um ser tão ruim como eu. Afinal, eu sou detestável, mas o outro está me dando uma chance. Nossa, ele deve me amar muito! E quando você acha que pode questionar alguma atitude dele, “você é dramática”, “você inventa coisas onde não tem”!

E aí eu me afasto de tudo que eu acredito, das coisas que eu gosto, das pessoas que eu amo. Deixo de fazer tanta coisa e abdico de outras. Tudo em nome do amor. Tudo porque ele quer meu bem. “E ele é tão bom para mim. Ele nunca me encostou a mão. Mas por que será que eu vivo me sentindo um lixo?”
As pessoas de fora acham tudo tão absurdo, “como ela não percebe que ele a manipula?” “Essa aí gosta de sofrer mesmo”, “nossa, que mulher burra”. E o pior, muitas vezes – e em sua maioria – esses dizeres vem de mulheres.

Se você se identificou com alguma coisa que eu escrevi aqui, é o momento de olhar pra sua relação com mais cuidado e se questionar o que está acontecendo. Pode ser que você esteja vivendo um relacionamento abusivo. Uma das partes mais difíceis, muitas vezes, é assumir isso. Acontece e pode acontecer com qualquer uma de nós. Da mais madura e esclarecida até a mais jovem e sem muita instrução.

Não se culpe, não se cobre. A culpa não é e nunca será sua. E se você conhece alguém que esteja passando por isso, esse alguém precisa da sua compreensão e do seu apoio, não do seu julgamento.

Questione o que te mantém nesse relacionamento. Esse é um momento importante de procurar a psicoterapia e trabalhar o autoconhecimento, resgatar suas potencialidades, se fortalecer e descobrir que sim, uma relação pode ser saudável.

Só não esqueça que para isso, ambos tem que querer a mudança. E infelizmente, nem sempre isso é possível.

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Maicy Rodrigues Araújo
CRP 10/03113

Maicy Rodrigues Araújo é Psicóloga, formada pela UNAMA (Universidade da Amazônia). É especialista em Desenvolvimento Infantil pela UEPA (Universidade do Estado do Pará), possui MBA em Gestão de Pessoas pela FACI (Faculdade Ideal) e cursou o Programa de Educação Continuada em Psicopedagogia (ABED). É Aprimoranda em Psicologia Clínica com ênfase na abordagem Gestáltica pelo GEGT (Grupo de Estudos Gestálticos).
Atualmente, trabalha como Psicóloga Clínica e Orientadora Profissional em consultório particular e na modalidade online.
Escreve e administra o instagram @_tododiapsicologia_, com a idéia de levar Psicologia de fácil acesso ao dia a dia das pessoas. Idealizadora do programa OPT (Orientação Profissional para todos), dando palestras gratuitas em diversas escolas no estado do Pará sobre a escolha consciente da profissão.
É de Belém/Pará.

Contato:
(91) 98839-7900 
maicyrodrigues@gmail.com

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Que amor é este?


Por: Joscelaine Lima

A sociedade atual tem evoluído rapidamente em alguns aspectos, porém outros continuam um tanto retrógrados. Enquanto muitas pessoas já não querem se envolver em um relacionamento amoroso de forma comprometida e com este pensamento acabam se envolvendo em relações rápidas que não lhe fazem bem, outros estão em uma relação tóxica, entretanto se mantém nela por acreditar não conseguir viver de outra forma.

Há alguns anos havia a tradição de se casar e manter esta união a qualquer custo, mesmo não fazendo bem para ninguém – mulher, homem, filhos, etc., mas as aparências deviam ser mantidas e, uma vez casados, a união era indissolúvel, mesmo em meio à violência, ao sofrimento e ao desamor.

Hoje este paradigma vem sendo quebrado e as pessoas não costumam ficar em uma relação onde há agressões, desrespeito, desvalorização. Entretanto, tornou-se algo muito frívolo, onde o que causa dissolução das relações não é (em grande parte das vezes) alguma forma de violência, mas o comprometimento é temido e deixado de lado por coisas vãs, por pequenas diferenças, por imaturidade e incapacidade de ter um diálogo adequado.

Existem pessoas que permanecem em uma relação por medo, por dependência financeira e emocional. Vão “levando” a vida assim, às vezes com esperança de que um dia aconteça alguma coisa e tudo mude, outras vezes se acomodando e acostumando com a forma como estão vivendo, abandonando-se e conformando-se em viver de maneira frustrante, sem vislumbrar possibilidades de viver de forma intensa e feliz.

Já outros indivíduos, talvez após visualizar “amores” frustrantes em pessoas próximas ou por eles mesmos terem vivido em algum momento, fogem de toda possibilidade de viver um romance bonito e verdadeiro. Quando se envolvem com alguém, qualquer atitude/característica que desaprova na outra pessoa já é motivo de se afastar: gosto por hobbies diferentes; forma de se comunicar; introversão ou extroversão; costumes, etc.

Muitas vezes estas diferenças não são evidentes no começo de uma relação, ou até são consideradas admiráveis, porém, após um tempo de convivência, que varia de pessoa para pessoa, as diferenças começam a causar tensão, incomodar e então, parece ser mais fácil e prático terminar a relação, ao invés de dialogar, de buscar falar como se sente, de compreender o sentimento do outro, de exercitar a gentileza e a sabedoria, então, a maioria dos casais prefere separar-se.

Por isto existem tantos casamentos seguidos de divórcios e tantos recasamentos, seja formalizados ou não formalizados. As pessoas não suportam viver com as diferenças dentro de casa, não estão dispostas a aprender, não querem evoluir, pois, fugir dos problemas parece ser mais fácil.

Em ambos os casos: relações onde há agressão e só se dissolvem quando acontece algo muito grave (ou vão até o fim da vida dessa forma), e relações que terminam por intolerância às diferenças, fica uma reflexão, uma pergunta a ser feita: como estamos amando?

Que amor é este que aprisiona, que limita, que não permite o crescimento, que machuca, mata e destrói? Que amor é este que desiste de si mesma, abdica do respeito próprio e de ser feliz? E que amor é este que não tolera, não aceita, que não compreende, e não perdoa?

Penso que nada disto é amor, pois onde existe amor pelo outro, existe também o amor próprio (sem este é impossível amar o outro), existe o respeito, existe consideração, existe humildade, diálogo, reconhecimento de erro, mudança para melhor, abandono de hábitos prejudiciais a si e ao próximo.

Se você está vivendo uma das situações acima, se suas relações não são saudáveis, você não consegue amar, não consegue respeitar o outro, não consegue se doar, agride ou é agredido(a), repense suas escolhas, reflita sobre o que quer para si, coloque-se no lugar do outro. Decida mudar, não aceite ser desvalorizada(o), busque dialogar com bom senso e sensatez.

Se não conseguir sozinho busque ajuda, procure psicoterapia, individual ou de casal, procure ajuda nos setores públicos que trabalham com família e com garantia de direitos, mas não continue na sua zona de conforto, pois só tem lhe feito mal!

Precisamos admitir que não estamos amando direito e tomar atitudes para transformar isto, aceitando a nós mesmos e o outro como ele é! O primeiro passo para a mudança é admitir que precisa mudar e querer mudar, então, se quisermos o suficiente, vamos conseguir!

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Joscelaine Lima
CRP: 12/14672

Psicóloga clínica, formada pela Universidade 
do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) em 2015.
Atende em São Miguel do Oeste-SC.
Contatos:
Facebook.com/JoscelainePsicologia
Whatsapp: (49) 992028970

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Vamos combater a violência!


Por: Joscelaine Lima

“No dia que for possível à mulher amar em sua força e não em sua fraqueza, não para fugir de si mesma, mas para se encontrar, não para se renunciar, mas para se afirmar, nesse dia o amor tornar-se-á para ela, como para o homem, fonte de vida e não perigo mortal”. Simone de Beauvoir

A data 25 de novembro foi declarada como Dia internacional de combate à violência contra as mulheres, neste dia são realizados diversos eventos que visam lutar contra esta violência, fortalecer as mulheres para prevenir a violência doméstica, orientar e conscientizar a sociedade quanto ao mal que a agressividade pode causar a todos os envolvidos.

Quando paramos para refletir sobre esta data, pode surgir o questionamento do por que ela existe, visto que existem tantas datas bonitas a serem comemoradas, como Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados, dos Pais etc. Mas existem estas datas de lutas/combates e grande parte da população não conhece, ou não entende o significado e o motivo da sua existência.

Bom, se existe o Dia do Combate à Violência Contra a Mulher e outras datas como esta, é por que existe razão para sua existência, é por que foi necessário criar um dia para levar a conhecimento da população a necessidade de se refletir sobre a violência e buscar formas de combatê-la.

Neste viés, devemos refletir também sobre a criação de algumas leis, como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, a inclusão de artigos/parágrafos em outras leis, tendo como exemplo a atualização da Lei 8080/90 que versa sobre o SUS – Sistema Único de Saúde, que incluiu em seu Capítulo II Artigo 7º o inciso XIV que traz como princípio o atendimento específico e especializado para vítimas de violência doméstica em geral, garantindo acompanhamento psicológico, cirurgias plásticas reparadoras, entre outros.

Ao nos depararmos com a criação destas leis podemos ver um avanço, e realmente existe um grande passo à frente nas legislações, entretanto, elas nos mostram a triste realidade de que são necessárias! De que existem mulheres e outras pessoas precisando de amparo e ajuda neste sentido, pois foram agredidas, machucadas, destruídas tanto física quanto emocionalmente e se tornou preciso criar leis e dias de lutas/combates para que a sociedade se dê conta do quanto está errada, do quanto tem criado dor e sofrimento.

A violência contra mulher é histórica, os estupros, os abusos de todas as formas, a subserviência, a religiosidade machista e opressiva, tudo isto, durante muito tempo em nossa cultura e ainda hoje em algumas culturas distantes, assim como em algumas mentes defasadas em nosso país (infelizmente) conserva-se a crença de que a mulher é um ser inferior, alguém que deve servir aos homens de todas as formas possíveis, um objeto de prazer e servidão.

Houve tempos em que as leis desfavoreciam muito as mulheres, favorecendo a desvalorização e a violência. A mulher não tinha direito a votar e ser votada, a mulher não podia opinar nos negócios, não era bem vista se não se dedicava apenas aos cuidados da casa, marido e filhos. Não podia decidir se queria ter filhos ou não, não podia reclamar da forma como o marido a tratava, etc.

Até pouco tempo atrás a mulher poderia ser morta pelo esposo caso cometesse adultério, sendo que sua morte não era considerada um crime grave, já que foi cometido “em legítima defesa da honra”. Também poderia ser “castigada” ou morta por motivos fúteis e dificilmente o agressor era considerado culpado e condenado a pagar pelo que fez.

Após tantos anos sendo desvalorizadas, consideradas seres inferiores e humilhadas, muitas lutas começaram a acontecer, aos poucos a mulher foi conquistando espaços, mostrando sua competência e alcançando posições antes dominadas pelos homens. Então, algumas leis foram modificadas e a violência contra a mulher foi paulatinamente sendo considerada de fato crime.

Entretanto, continua infiltrado em algumas culturas e indivíduos a crença de que a mulher é inferior ao homem e não deve sair deste lugar de servidão e anuência, o que tem mantido alguns costumes do passado. Logo, foram estabelecidas Leis e datas como as citadas acima, na busca de conscientizar toda sociedade quanto à gravidade da violência contra a mulher, seja ela física, moral, psicológica, patrimonial e, principalmente levar ao conhecimento das mulheres o que se caracteriza violência, a qual não devem se submeter pois, esta pode ser agravada, tirando-lhe a dignidade, a alegria, a vida…

Portanto, devemos nos conscientizar e entrar neste combate, nós mulheres, nos dar o respeito, não permitir que outros nos desrespeitem, indiferente da relação que for, não aceitar rótulos, não concordar com o machismo, não julgar outras mulheres, mas buscar auxiliar, orientando sobre seu valor e direitos.

Por fim, como cidadãos temos o dever de proteger a humanidade. Existe o ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, porém, ele está mais do que ultrapassado! Vamos exercitar a empatia, nos colocar no lugar do outro e analisar como gostaríamos de ser tratados, tanto os homens (ou pessoa de qualquer gênero) que cometem violência, mesmo que julguem estar correta, quanto a pessoa que percebe violência na casa dos vizinhos, que sabe de alguém que lhe relatou, que se suspeita por apresentar marcas no corpo, enfim, todos temos o dever de denunciar. Violência contra mulher é crime e você pode salvar uma vida deixando sua “discrição” de lado e cultivando a Humanidade!

Referências:

BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo Vol 2: A Experiência Vivida, Difusão Europeia do Livro, 1967.

BRASIL.Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm&gt;. Acesso em: 20 nov. 2017.

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“Amar” também pode ser sinal de abuso


Por: Alex Valério

“Quantas vezes sussurrei ‘Como vim parar aqui? Como virei essa mulher?’”¹

Essa é a pergunta que inicia a reflexão dessa semana. Pensei em escrever sobre relacionamentos, mas não queria redigir um texto meloso, enaltecendo a beleza do amor e, menos ainda, um texto frustrado, com palavras de um “solteirão” amargurado. Nós vamos falar de uma espécie de relação que tem se destacado e que, acreditem, causa uma série de efeitos colaterais em quem a vivencia.

Para começar, precisamos deixar uma coisa clara: uma relação abusiva não é caracterizada unicamente por agressões físicas, elas também podem ser emocionais, verbais e/ou sexuais. Outro aspecto que também merece ser esclarecido: o abuso não ocorre apenas do homem contra a mulher – as pesquisas apontam que esse é o tipo mais comum –, mas eles também podem ocorrer de mulheres contra homens, mulheres contra mulheres, homens contra homens e algumas outras tantas combinações que são possíveis para os dias de hoje.

Pessoas que são submetidas a relacionamentos como estes, tendem a sentir que precisam cuidar do parceiro, já que deixa-lo seria o mesmo que abandoná-lo. Também não é incomum a constante esperança que sussurra ao ouvido “ele(a) vai mudar, é só questão de tempo”. Normalmente achamos que quando a outra pessoa perceber o “tamanho” do nosso sentimento, terá condições de ser diferente. O triste é que as coisas não acontecem dessa maneira. Pouco a pouco, aquele que é abusado, vai se sentindo mais diminuído, culpado, controlado e – ouso dizer – vai perdendo a consciência de quem é e se deixa desconstruir, coexistindo na existência do outro.

Quando, numa relação, você começa a perceber que tem se anulado em detrimento do outro e que seu parceiro sempre te responsabiliza pelos problemas da relação, epa! Talvez seja hora de pensarmos um pouco sobre isso. Não é fácil se perceber numa relação abusiva, acabamos tão mergulhados na intensidade do relacionamento e dispostos a atender plenamente as necessidades do outro, que acabamos negligenciando algo muito importante: NÓS.

Há muitas formas de abuso e, de novo, é difícil percebê-lo e, ao perceber, é difícil se livrar dele. O abusador parece se tornar essencial e fundamental para que a vida continue fazendo sentido. O abusado sente vergonha, medo e acaba se isolando, sabe que se comentar o que passa com outras pessoas, acabará sofrendo com a avaliação negativa delas (sim, o mundo é cruel!). É desesperador! Algumas pessoas, nesta condição, sentem vontade de sair correndo sem nem olhar para trás, mas é como se a sola dos pés estivesse colada e fosse impossível dar qualquer passo em direção a saída.

Não é saudável se relacionar com alguém que te faz de piada na frente dos amigos, que discorda constantemente das suas opiniões e desconsidera suas ideias, sugestões e necessidades. Se você está com alguém que te faz sentir mal consigo e que quer controlar a maneira como você se comporta, sendo necessário que você peça permissão para sair só, isso não é amor, é abuso.

Peça ajuda!

¹ Por fim, mais do que escrever a respeito, recomendo a leitura do texto que me inspirou este assunto. Espero que o discurso alcance vocês, como me alcançou: “Eu costumava achar que era louca”, disponível no site Pragmatismo político.

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Também publicado em: Minuto Terapia

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Alex Valério
CRP: 06/134435

Especializando em Terapia Comportamental pela 
Universidade de São Paulo. 
Psicólogo pela Universidade Nove de Julho.
Tem experiência com projetos que envolveram 
pesquisa básica em análise do comportamento 
(desamparo aprendido e comportamento supersticioso), 
ações sociais com o público LGBT e pesquisa quantitativa 
com familiares de mulheres que estavam encarceradas.
Realiza atendimento clínico de crianças, adolescentes e adultos. 
Escreve para o próprio blog e, também, para o Educa2.
Atende em São Paulo (Região Central) e no Grande ABC.
Contato: 
alex@minutoterapia.com
Facebook.com/ominutoterapia

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Dormindo com o inimigo? 12 indícios para avaliar o seu relacionamento


Por: Maria Fernanda Medina Guido

Entre janeiro a outubro de 2015 foram registradas 63.090 denúncias de violência contra a mulher, o que corresponde a um relato a cada 7 minutos. Dentre estas denúncias, 19.182 (30,40% do total) são classificadas como denúncia de violência psicológica. Um número assustador, mas que infelizmente é muito maior, pois muitas vezes a mulher leva muito tempo para entender que está vivendo um relacionamento abusivo ou percebe, mas nada consegue fazer. Pensando nisso, entendendo o quanto pode ser tênue a linha entre um relacionamento saudável e o tóxico, segue sinais que podem indicar se o seu relacionamento é abusivo:

Importante! Estes indícios servem para homens e mulheres em qualquer que seja o tipo de relacionamento, afinal de contas não são só homens que cometem abusos e só mulheres que sofrem os mesmos:

1 – Você foi obrigada a se afastar de amigos ou familiares: vocês podem até acordar que agora que iniciaram um relacionamento não seria legal você conversar com seu ex namorado 3x ao dia, mas isso desde que o que foi combinado esteja confortável, valha para ambos e seja em casos pontuais. Se você tiver que abandonar grande parte das pessoas que fazem parte da sua vida desde sempre para viver esse amor, sinal de alerta!

2 – Você teve que excluir pessoas de suas redes sociais: mesmo princípio do 1. exemplo. As redes sociais são suas. Havendo o devido respeito (mútuo obviamente) quem deve escolher quem faz parte delas ou não deverá ser sempre você.

3 – Você já foi monitorada a distância, tendo que dar muitas explicações e detalhes sobre onde estava e com quem: faz parte da maioria dos relacionamentos dar satisfações sobre o que está sendo feito na ausência do outro. Uma coisa é você contar com quem foi a tal lugar e comentar um ou outro assunto que esteve em pauta. A outra é você ter que fazer um relatório completo e minucioso sobre tudo e todos de hora em hora e muitas vezes enquanto você ainda está no local.

4 – Você já foi proibida de fazer alguma coisa: um programa com amigas, uma viagem ou tirar a habilitação de motorista por exemplo: tudo deve ser conversado. Muitas pessoas podem não se sentir confortáveis vendo o outro organizar uma viagem onde não está sendo incluído, por exemplo. Mas a não ser que haja algum acordo prévio sobre isso e que ambos respeitam e concordam, a palavra “proibir” não deve fazer parte de nenhum relacionamento. Agora, se você é impedida de fazer qualquer coisa sozinha ou que possa representar um passo rumo a sua independência vale a pena redobrar a atenção.

5 – Você já foi julgada por seu namorado/marido/rolo/etc pelas roupas ou maquiagem que estava usando sendo obrigada a tirá-las para que vocês pudessem finalmente sair: Ok, vivemos numa sociedade onde infelizmente somos julgados pela aparência. Porém, isso não dá o direito a ninguém determinar que tipo de roupa você deve vestir. A decisão de escolher o que vestir deve ser sempre sua.

6 – Você já foi ou vai a muitos lugares onde não quer ir: fazer concessões faz parte de relacionamentos. Mas em relacionamentos saudáveis costuma haver equilíbrio. Se há a sensação de que praticamente o tempo inteiro você faz programas que não concorda ou não gosta e o contrário nunca acontece, cuidado.

7 – Você está errada em absolutamente todas as discussões ocorridas, mesmo que a princípio quem tenha pisado na bola tenha sido o outro: uma das características de um relacionamento abusivo é que por passar por tantas situações onde a pessoa precisa se deixar de lado e passar por cima de suas vontades, ela vai se tornando cada vez mais insegura, sua autoestima vai sofrendo abalos e por conta disso ela passa a se questionar mais que o normal, como se a opinião do outro devesse valer mais do que a sua sobre tudo. Por esse motivo geralmente o manipulador consegue contornar a situação em discussões mudando o foco da conversa e pondo a culpa por tal situação em você mesma.

8 – Você já foi ameaçada direta ou indiretamente: dizer que se mata caso você termine o relacionamento porque não vive sem você ou que te mata se souber que você o traiu, não deve ser entendido como romântico ou fofo em hipótese alguma, são ameaças, não juras de amor.

9 – Você percebe que o outro não fica feliz quando você conquista algo: amor deve envolver torcida, empatia, parceria. Assim como costumamos ficar felizes por um amigo ou familiar quando o mesmo conquista algo, isso deve acontecer num relacionamento amoroso. Se ele não consegue se alegrar quando você conseguiu algo e ele não, atenção.

10 – Você já se sentiu diminuída por ele, seja por sua aparência, inteligência ou habilidades: há espaço para todos no mundo. Ninguém precisa diminuir ninguém para se sobressair. Viver ao lado de alguém que te critica demais ou te desvaloriza continuamente fará um grande estrago em sua autoestima. Uma coisa é a crítica construtiva, onde o outro quer nos ver progredir, outra coisa é a crítica gratuita, que só serve para nos magoar e nos deixar mais inseguros.

11 – Você já foi obrigada a ter relações sexuais quando não estava com vontade porque o outro deixou claro que isto fazia parte das suas obrigações: ninguém é obrigado a nada. Se você não está a fim, ponto final. Se ele não consegue aceitar um não, existem ótimos profissionais para ajudá-lo a entender que nem sempre as pessoas agirão de acordo com o que ele deseja.

12 – Você se sente manipulada o tempo inteiro: não é normal se sentir num enredo de novela mexicana o tempo inteiro. Relacionamentos devem trazer paz, conforto, alegrias. Se o seu relacionamento te traz angústias, servidão, medo e insegurança a maior parte do tempo, talvez valha a pena pensar um pouco sobre tudo isso.

Se tiver se identificado com o texto mas ainda estiver em dúvida se está realmente vivendo num relacionamento abusivo, pense na pessoa que você era antes de conhecê-lo e na pessoa que você é agora. Você está mais feliz? Você mudou? Se sim, foi para melhor? Se você já ouviu de mais de uma pessoa que fazia parte da sua vida antes deste relacionamento que você mudou e não foi para melhor e que essa relação é uma furada, pense bem. Você pode até considerar que é implicância da sua amiga com o pobre coitado, mas se essa for a opinião de mais de 5 pessoas, corra. Elas muito provavelmente estão certas. E tenho certeza, você merece mais que isso.

Dados: Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM – PR) e Ligue 180.

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Maria Fernanda Medina Guido
Psicóloga – CRP 06/96825

Psicóloga formada pela Universidade Metodista de Piracicaba em 2006, especializada em Gestão de Pessoas pelo IBMEC, com mais de 10 anos de experiência em Recursos Humanos, atendendo individualmente adultos na abordagem Gestalt Terapia nas mais diversas queixas, desde 2012 em clínica particular e convênios.
Contatos:
http://www.mfernandapsicologa.com.br
(11) 97452-5200
e-mail: contato@mfernandapsicologa.com.br
Facebook.com/psicologamfernanda

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Ciumento(a)? Eu?


Por: Amanda Santos de Oliveira

Ciúme, tema presente nos atendimentos psicológicos, conversas com amigos, revistas, sites de relacionamentos e tantos outros meios. A maioria das pessoas ao se deparar com tal emoção, quando confrontada, se defende com uma justificativa bastante corriqueira: meu ciúme é normal. Mas, o que é normal, tóxico ou patológico neste caso?

O ciúme, o ciumento e suas relações

No senso comum, as opiniões sobre o assunto são muito divergentes. Para uns, pode ser uma manifestação do amor e cuidado pelo seu parceiro(a), para outros, manifestação de insegurança e angústia consideravelmente relevante na dinâmica de um casal. Segundo Kingham e Gordon (2004)[1], dentre as mais diferenciadas emoções, o ciúme é extremamente comum. Conforme Bringle (1995)[2], ele pode existir em quaisquer tipos de relacionamento, mas normalmente está associado aos relacionamentos amorosos.

Para Almeida et. al (2008)[3], todos cultivam certo grau de ciúme e existem situações que podem influenciar o surgimento de tal emoção. Segundo os autores, o ciúme geralmente surge quando um relacionamento valorizado é ameaçado devido à interferência de um “rival”. Neste momento, podem estar envolvidos sentimentos de medo, desconfiança, angústia, ansiedade, raiva, rejeição, indignação e muitos outros. Tais sentimentos surgem de forma variável se relacionando às experiências e interpretações de cada pessoa.

Em situações de ciúme, os sentimentos associados ao relacionamento amoroso tornam-se ambivalentes. Segundo Almeida et. al (2008), pode-se dizer que pessoas ciumentas permanecem divididas entre o amor e a desconfiança de seu parceiro (a). Tais sentimentos podem atingir um alto grau de perturbação e tornar o ciumento instável afetivamente e obcecado por triangulações que muitas vezes são imaginárias.

Segundo os autores, em uma relação afetada pelo ciúme, as pessoas passam a ser tratadas como objetos pelo próprio parceiro (a). Muitos parceiros (as), acabam por se se anular, perdendo sua identidade na tentativa de agradar seu companheiro(a) ciumento, visando suprir todas as suas expectativas.

Ciúme Patológico

Para Almeida et. al (2008), para identificar o ciúme patológico é preciso entender sua real motivação. Existe uma falsa perspectiva de que o ciúme é altruísta e de que a pessoa ciumenta, apenas quer o bem de seu parceiro (a).  No entanto, é preciso entender que fundamentalmente o ciúme é um sentimento egoísta, visto que leva o seu possuidor a agir visando vedar direitos da pessoa a ele vinculada. Por exemplo, uma pessoa ciumenta pode proibir seu parceiro(a) a ir a um determinado lugar, conversar com uma determinada pessoa ou agir de uma determinada forma. Logo, segundo os autores, quando o ciúme se manifesta, ele não visa à proteção do outro, mas sim a preservação de si mesmo de futuras preocupações em relação ao investimento amoroso realizado. Para Almeida et. al (2008), o ciúme patológico é um grande desejo de controle total sobre sentimentos e comportamentos de seu companheiro (a). Também se caracteriza por preocupações excessivas sobre relacionamentos anteriores, pelo passado de seus parceiros (as), ocorrência de pensamentos repetitivos, dentre outros.

Portanto, conforme os autores, nesta configuração uma relação pode ser caracterizada como doentia e destrutiva, na qual as pessoas se beneficiam umas das outras ou servem de garantia de que não serão abandonadas, desrespeitadas e/ou menosprezadas. Uma relação saudável seria o oposto, nela cada indivíduo tem sua identidade definida e respeitada, além de existir o desejo de fazer bem à pessoa amada, sem esperar recompensa.

Ainda, vale destacar que dentro de certos limites, o ciúme pode constituir uma demonstração de interesse pelo outro e se configurar como um reflexo desse amor. No entanto, segundo Almeida et. al (2008), o ciúme não deve interferir no comportamento ou na liberdade de seu parceiro. Mas, segundo os autores, a falta de quaisquer sinais de ciúme, também merece alerta, pois podem significar desgaste da relação.

Como lidar?

Certamente, não será fácil lidar com tal emoção. No entanto, é necessário confrontar comportamentos destrutivos para que uma relação possa ser mantida sem prejuízos para os indivíduos que dela participam. Fique atento aos limites de seu parceiro (a) e observe comportamentos de proibição ou vigilância extrema. Vale lembrar que independente da relação, as identidades de cada sujeito devem ser mantidas.

Além disso, lembre-se, o ciúme é uma emoção, portanto, para combatê-lo seja racional. Pense claramente nos fatos, situações e juízos de valor. Na maioria dos casos, os problemas são provenientes de fantasias, então esteja atento às situações que podem ser fruto de imaginação e não de constatações fundamentadas. Lembre-se, as relações amorosas devem ser benéficas. Se o ciúme tem feito mal e trazido comportamentos destrutivos à relação, repense.

Referências:

[1] KINGHAM, M., & GORDON, H. (2004). Aspects of morbid jealousy. Advances in Psychiatric Treatment, 10, 207-215. In: ALMEIDA, Thiago de; RODRIGUES, Kátia Regina Beal; SILVA, Ailton Amélio da. O ciúme romântico e os relacionamentos amorosos heterossexuais contemporâneos. Estud. psicol. (Natal),  Natal ,  v. 13, n. 1, p. 83-90,  Apr.  2008 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2008000100010&lng=en&nrm=iso&gt;. access on  05  Nov.  2016.

[2] BRINGLE, R. G. (1995). Romantic jealousy. Social Perspectives on Emotion, 3, 225-251.  In: ALMEIDA, Thiago de; RODRIGUES, Kátia Regina Beal; SILVA, Ailton Amélio da. O ciúme romântico e os relacionamentos amorosos heterossexuais contemporâneos. Estud. psicol. (Natal),  Natal ,  v. 13, n. 1, p. 83-90,  Apr.  2008 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2008000100010&lng=en&nrm=iso&gt;. access on  05  Nov.  2016.

[3] ALMEIDA, Thiago de; RODRIGUES, Kátia Regina Beal; SILVA, Ailton Amélio da. O ciúme romântico e os relacionamentos amorosos heterossexuais contemporâneos. Estud. psicol. (Natal),  Natal ,  v. 13, n. 1, p. 83-90,  Apr.  2008 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2008000100010&lng=en&nrm=iso&gt;. access on  05  Nov.  2016.

Imagem: Pinterest

Colunista:

Amanda Santos de Oliveira
CRP 04/43829

Psicóloga Graduada pela PUC Minas, atuante na área clínica em Belo Horizonte, oferecendo psicoterapia individual para adultos
Contatos:
psi.amandaoliveira@gmail.com
Facebook: facebook.com\psi.amandaoliveira
Instagram: @psicologabh

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Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

“Por que tantas mulheres não conseguem sair de relacionamentos abusivos?”


Por: Ane Caroline Janiro

“3 em cada 5 mulheres jovens, entre 16 e 24 anos, já sofreram violência em relacionamentos amorosos.” – Data Popular – Instituto Patrícia Galvão, 2014

“54% das pessoas conhecem uma mulher que já foi agredida, e 56% conhecem um homem que já praticou agressão contra uma mulher.” – Data Popular – Instituto Patrícia Galvão, 2014

“Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo.” – IPEA, 2011

Esses são alguns dados que evidenciam a realidade da violência contra a mulher no mundo, um ciclo que precisa ser quebrado e deve começar pela conscientização de que sim, a mulher sofre inúmeros abusos e isso precisa ser discutido.

O vídeo abaixo pertence à campanha “Mete a Colher”, que busca conectar mulheres que passaram por um relacionamento abusivo, mulheres que precisam sair deste tipo de relação e mulheres que querem ajudar.

Enquanto não nos convencermos de que a violência sofrida por uma mulher é problema de todas e de toda a sociedade (não só da vítima), muito pouco poderá ser feito para acabar com essa realidade. É preciso “meter a colher” sim!

Assista abaixo ao vídeo que fala sobre o ciclo do relacionamento abusivo:

 

O objetivo da campanha então é formar uma rede em que as mulheres se sintam acolhidas e não julgadas, especialmente em situações de violência, onde normalmente já se encontram fragilizadas.

Conheça mais sobre a Campanha Mete a Colher:


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Sobre a autora deste blog:

Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, idealizadora e editora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556

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