Faces da Psicologia – Psicoterapia Breve: sabe como funciona?


Psicoterapia Breve

Por: Ane Caroline Janiro

A Psicoterapia Breve, ou PB, tem suas raízes na Psicanálise e, apesar de o nome sugerir que seja uma terapia de “curta duração”, esta não é a sua única característica, pois, além do tempo limitado, ela também tem objetivos limitados. Ou seja, objetiva lidar com demandas específicas. A PB se desenvolveu na década de 1930 por alguns psicanalistas e teóricos em adaptações às técnicas e teorias utilizadas por Freud.

A utilização da PB tem sido cada vez mais ampla, considerando que é uma modalidade onde se torna possível que diferentes e maiores parcelas da população possam ter acesso a um processo de psicoterapia. Além disso, dentre os profissionais que atendem em consultórios particulares e planos de saúde, a Psicoterapia Breve vem ganhando espaço. Tendo em vista que alguns pacientes com queixas específicas conhecem a necessidade de buscar um profissional, mas pela falta de tempo ou condições financeiras, não se sentem motivados a iniciar um processo terapêutico de longo prazo, a PB se mostra uma boa opção.

Em linhas gerais, a Psicoterapia Breve é dividida em fases, sendo a inicial caracterizada pela avaliação psicodiagnóstica, que irá ajudar a identificar os padrões gerais de funcionamento do paciente e do meio em que ele está inserido. Esta fase também é onde se elabora uma hipótese psicodinâmica e um planejamento terapêutico, em outras palavras, identifica-se as queixas principais, o foco que será trabalhado, objetivo que se pretende alcançar com a terapia e as estratégias que serão aplicadas para tal e também a duração do processo, podendo ser preestabelecido ou não, dependendo dos objetivos.

Na chamada fase medial, é onde o terapeuta colocará em práticas as técnicas planejadas, trabalhando o foco identificado na primeira fase, fazendo também a manutenção e adaptação destas estratégias e revisão de meio de processo sobre o trabalho realizado até então.

Já na fase final ou terminal, começa-se a direcionar o processo para a sua finalização, levando em conta com o paciente o tempo de duração ou a data pré-marcada, realizando também juntamente com ele uma “retrospectiva” da psicoterapia, analisando o sentido do trabalho que foi feito. Também é importante que haja com o paciente um “follow-up”, ou seja, acompanhamento dos objetivos que foram alcançados e como se mantiveram após o término da Psicoterapia Breve.

Ainda, o terapeuta também deve verificar os resultados obtidos e, quando necessário, realizar a adequação das técnicas.

Falando um pouco em termos técnicos, a PB foi ramificada por determinados autores em 3 modelos: o Estrutural ou do Impulso (tem objetivo e tempo delimitados previamente e através de entrevistas e testes psicológicos se elabora um diagnóstico para um conflito primário, que será associado à queixa atual do paciente; com estes dados, será elaborado o trabalho terapêutico, onde o terapeuta age de forma ativa e seletiva); o Relacional (este modelo possui uma preocupação um pouco menor com a técnica, com limites rígidos de tempo e com critérios de seleção, dando maior importância à experiência, a relação do “aqui e agora”, onde o terapeuta age como observador participante) e o Integrativo (aqui, o terapeuta faz uso de diferentes recursos, que serão analisados e adaptados de acordo com a necessidade do paciente, que será priorizada neste modelo).

Fonte: Psicoterapia Psicodinâmica Breve: dos precursores aos modelos atuais. – Mais sobre estes modelos e o histórico da Psicoterapia Breve.

É importante lembrar sempre que, apesar do tempo e objetivos limitados da Psicoterapia Breve, não existe uma “resolução instantânea” de problemas. Assim como em outros tipos de psicoterapia, o processo envolve técnicas, planejamento e dedicação de ambas as partes (terapeuta e paciente).

OBS.: Todo o conteúdo desta e de outras publicações deste site tem função informativa e não terapêutica.

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Sobre a autora:

Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, idealizadora e editora deste blog.
CRP: 06/119556