O que o machismo roubou dos homens


Por: Ana Luiza F. C. Garcia

Olá, amores, tudo bem? Que tal esse tema? Me inspira falar sobre isso porque tenho pai, irmão, marido e filho! Além dos meus clientes queridos. Bem, eu acho muito que o homem foi roubado pelo machismo. A gente fala bastante sobre como aprisionou as mulheres e as fez refém de padrões que roubaram delas o direito de viverem plenas em seu potencial. E mais um bando de motivo pertinente pra gente bufar quando o assunto é machismo.

Mas o que o machismo roubou dos homens? Pois lá vamos nós, porque a lista é longa.

– Roubou a sensibilidade

Sim, o machismo roubou do homem o direito de ser sensível, de falar livremente sobre sentimentos, sensações e tudo que tem relação com seu universo emocional. Colocações tipo: Homem não sente, não chora, não se sensibiliza, coisa de viadinho, mulherzinha, fracote. Pára de chorar, seja homem, nossa, está parecendo uma florzinha. Frases como essas são filhas de um machismo dominador, segregador, mal, desumano, tirano.

Eles aprenderam então a embotar seus sentimentos, a formarem couraças físicas e psicológicas, ficando rígidos, magoados. Ficaram magoados e sem permissão pra lidar com a mágoa, se tornaram raivosos, agressivos, rabugentos, sisudos. Ai, que coisa triste. Felizes as gerações mais atuais que tem maior espaço pra sentir e pra começar a desfrutar do reencontro com o que foi roubado.

Os homens foram roubados e tentam, no mundo contemporâneo, resgatar seus bens. Claro, não são todos, mas em matéria de ser humano NUNCA podemos generalizar. Tem muito homem tentando, tem muito homem falando de sentimento, fazendo força pra largar o estereótipo, pra se permitir viver sensível, doce, VULNERÁVEL.

– Roubou a profundidade

Coisa chata papo de homem? Só falam de futebol, cerveja, trabalho, bunda de mulher? Ô DÓ! Ficaram lá roubados em sua profundidade. Assaltados em sua capacidade de aprofundar, falar de sentimento, de espiritualidade, de dor da alma, de relacionamento, de MEDO. Homem com medo? Eu, hein? Gente, pensem comigo, essa realidade masculina também não deve ser mamão com açúcar. Que sorte a minha ter um filho homem e poder ensiná-lo a ser profundo, a permitir que chore, que tenha medo, que seja humano. Você também tem um pequeno homem que depende de ti? Colabore para que se permita, para que seja profundo em sua emoção. Que missão bonita, não? Até rimou.

– Roubou a afetividade

Nossa, estou escrevendo aqui e está me dando uma empatia, uma compaixão mesmo. Homem não pode beijar homem, homem não pode ser carinhoso demais, coisa de frutinha. E então o menino se desenvolve engolindo seu afeto, tentando se enquadrar no mundo masculino, pra ser aceito, pra se destacar, pra pertencer. Que coisa… isso deve doer.

Fecha os olhos, imagina que você é um adolescente feliz, animadão, coração grande, afetivo. E aí toda hora precisa se dar um policiada para não ser quem é. Porque pega mal, podem questionar sua virilidade. Que porre isso! Que desperdício, né? Sendo que o que mais o mundo precisa é de amor, demonstração de afeto, calor humano.

– Roubou a liberdade de expressão física

Já reparou que homem tem sempre uma pegada de durão? Estou falando do corpo mesmo. Parece que tem sempre uma rigidez. Pra dançar eles se seguram pra não parecer isso ou aquilo, já viu? Pra gesticular, não dá pra liberar demais a espontaneidade, vai que fica parecendo pouco másculo? Inventaram que tem jeito de tirar a camiseta sendo homem, olhar a própria mão, cumprimentar as pessoas, sentar, e blá. Socorro!!! Alguém prende esse ladrão de vidas, de recursos internos, de amor, de afeto, de originalidade, de essência!

Pra gente dar um chega pra lá no machismo precisamos estar muito atentos à forma com a qual estamos vivendo e nos policiarmos para não repetirmos comportamentos tão arraigados nesta cultura machista que fere a todos, tanto homens quanto mulheres.

Começa em cada um de nós a mudança expressiva que sempre esperamos do outro. Vamos olhar primeiro em nós. Mudo eu, muda você, muda o mundo. Um beijo!

Imagem capa: Pinterest

Ana Luiza F. C. Garcia
CRP 08100/87

Psicóloga formada pela PUC/PR.
Pós-graduada em Concepção sistêmica pela UP- Universidade Positivo.
Especialista em sexualidade humana pela USP.
Clínica em Curitiba/ PR, atendimento presencial e online.
Parceira do Portal sexo sem dúvida realizando
atendimentos no âmbito da sexualidade.
Pós-graduação em curso em Psicologia corporal no Instituto Reichiano.
Contatos:
Instagram – Psicóloga Ana Luiza Garcia (analuizafcg)
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O “pré-conceito” e o bullying na sociedade e adolescência


Por: Joscelaine Lima

Estive refletindo acerca deste assunto nos últimos dias. Parece que estamos nos tornando cada vez mais vazios, egoístas, centrados em nós mesmos, na nossa zona de conforto e não somos capazes de ver a dor do nosso próximo. Têm se criado muitos paradigmas e preconceitos advindos da mídia social.

A consideração e o respeito pelo próximo tem se perdido, a empatia já não existe, o colocar-se no lugar do outro, perceber a dor do outro, ajudar, valorizar o outro pelo simples fato de ser humano tem se perdido cada vez mais.

No passado haviam os grupos sociais e etnias que eram menosprezados, excluídos e, em muitas ocasiões houve a tentativa de banir os considerados diferentes, escórias da sociedade. Hoje, com a implantação das leis dos Direitos Humanos isto não acontece – de forma assumida como antes – mas, seríamos hipócritas se afirmássemos que o problema foi resolvido e que a exclusão em massa não existe, pois ela existe, só que de maneira disfarçada, dissimulada, camuflada.

Não somos melhores que nossos ancestrais que escravizavam o povo africano, os considerando como sub-humanos, ou do que os que lutavam ao lado de Hitler pela exterminação do povo Judeu. Hoje seguimos o que a mídia nos impõe e excluímos os “inadequados”, pois temos medo de nos tornar como eles.

Atualmente os diferentes têm sido excluídos quando uma pessoa com sobrepeso não encontra uma roupa que se adeque a ela, quando valorizamos mais alguns pelo poder aquisitivo, posição e status social, quando julgamos o outro por sua aparência, quando nos sentimos superiores a alguém seja pela capacidade intelectual, pelo trabalho desempenhado, pela aparência física, etc.

O bullying sempre existiu, mas hoje, com as tecnologias, ele está pior e mais cruel, ultrapassando os limites da escola e do trabalho, inserindo-se cada vez mais no cotidiano das pessoas com a ajuda da tecnologia e das redes sociais. Daí surgiu o cyberbullying, que é o bullying pela internet.

Quem mais sofre e pratica bullying são os adolescentes, que estão em fase de descobertas, formando seus grupos sociais e são muito ligados às tecnologias. Então, as diferenças podem começar a ficar em evidência, quando alguns crescem demais outros menos, quando alguém tem um comportamento diferente, quando não segue a maioria.

Os que obedecem os pais e/ou gostam de estudar são chamados de “careta”, “nerd”, como se isto fosse estranho. As adolescentes então ficam perdidas, sem saber como agir, pois, se não beijam alguns meninos e não tem relação sexual até uma certa idade (conforme a maioria das colegas), são discriminadas e, se ultrapassam um pouco do que as colegas fazem, já são tachadas de vadias, promíscuas e consideradas como má companhia, indiferente de ter uma mudança de atitude após o ocorrido.

As pessoas caçoam das outras sem pensar nas consequências, sem refletir sobre o que este ato pode causar na vida do outro, nas feridas que pode deixar, na vida que pode ser destruída por não sentir-se um ser de valor, por ter sido tão desvalorizado e incompreendido pelos pares.

A adolescência é uma fase de construção de identidade, muito importante no desenvolvimento, é onde a pessoa passa a se afirmar, formar seu eu, também é uma fase onde as emoções estão mais afloradas, tudo é muito intenso. Então, as críticas causam maior prejuízo, atingem profundamente, deixando marcas. Além disto, na adolescência as referências deixam de ser tanto os pais e passam a serem os pares, portanto, quando estes excluem, desvalorizam, isso afeta muito, perturba, inquieta, e pode levar a graves consequências.

E esta questão não envolve apenas “agressores” de um lado e “vítimas” no oposto. Não. As vítimas podem estar dos dois lados e os agressores também. O agressor na escola/trabalho pode ser aquele que é vítima em casa, pode ter crescido ouvindo críticas, tendo a necessidade de ser bom/perfeito em tudo, e acaba projetando isto em seus colegas. A vítima na escola/trabalho pode ser agressor também, tanto neste mesmo ambiente, sendo cruel com alguém que considera mais “fraco”, ou em casa e demais ambientes, numa tentativa, muitas vezes inconsciente, de se “vingar” de seus agressores.

Este fato nos mostra que realmente a violência só produz violência, e que a forma como a sociedade se organiza precisa mudar. O preconceito precisa parar. Não devemos ter respeito pelas pessoas apenas pelo que elas são ou fazem, mas, devemos ter respeito pelo simples fato de serem humanos! Todos temos qualidades e defeitos, e se aceitarmos apenas o perfeito, não aceitaremos ninguém e nos decepcionaremos muito!

Não se quebra o preconceito dizendo às crianças que devem respeitar a pessoa com deficiência, a pessoa negra, a pessoa diferente. O preconceito para quando dizemos às crianças que devem respeitar o humano! Pois as diferenças existem, são necessárias e sempre existirão. Diferença de gênero, de etnia, de gostos, de opiniões, de pensamentos, de prioridades, etc., e são maravilhosas, pois nos tornam únicos, singulares e incomparáveis. Então, vamos respeitar a Humanidade!

Imagem capa: Pinterest

Colunista:

Joscelaine Lima
CRP: 12/14672

Psicóloga clínica, formada pela Universidade 
do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) em 2015.
Atende em São Miguel do Oeste-SC.
Contatos:
Facebook.com/JoscelainePsicologia
Whatsapp: (49) 992028970

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Como aceitamos o diferente?


Por: Joscelaine Lima

Em uma reflexão sobre diferenças pude perceber que pode ser fácil respeitá-las quando estão distantes. Quando encontramos alguém diferente na rua, no trabalho, na universidade, enfim, em algum lugar onde não precisamos ter muita intimidade, onde as pessoas não se mostram totalmente e as imperfeições não aparecem de todo, respeitar pode ser simples.

Parece fácil respeitar quem está longe. Costumamos nos compadecer, nos preocupar e querer ajudar os que estão sofrendo pelo mundo. Respeitamos os diferentes de nós, não temos preconceito algum, admiramos as pessoas com deficiência, afirmamos querer o bem de todos. Mas, não compreendemos quem está ao lado, quem mora com a gente, quem nos deu a vida, nos amamentou, quem pagou e ainda paga despesas, quem realmente está conosco quando não estamos bem.

É muito fácil respeitar as diferenças quando esta não nos atinge, quando está longe, na sociedade, na escola, no trabalho, mas, respeitar a diferença de quem mora sob o mesmo teto, que vemos ao levantar, ao almoçar, no fim do dia, dormimos na mesma cama, na mesma casa, aí a diferença incomoda, por menor que seja.

Incomoda a diferença quando a pessoa mostra a imperfeição, não faz tudo do nosso jeito, pensa diferente e este pensamento se choca com o nosso. É difícil entender, levamos para o lado pessoal, achamos que a pessoa age diferente do que gostaríamos com a intenção de nos atingir, quando, na verdade, a pessoa está agindo da forma que acha que deve agir, que para ela é correta.

Nesta incompreensão pelo outro, pelo diferente, nos ferimos e machucamos os que estão ao nosso redor. Colocamos expectativas nas pessoas e nos frustramos quando elas não agem segundo nossos desejos, não compreendemos a maneira de amar do outro, não paramos para pensar que o outro pode ter o mesmo sentimento e a mesma decepção, porque também sente-se incompreendido e não amado como gostaria de ser, pois cada um tem a sua forma de demonstrar e sentir amor e somos egoístas demais para nos importar com isto, olhamos somente para o que interessa a nós mesmos.

Por conta desta intolerância nos decepcionamos após um período de casamento, acontecem muitas separações/divórcios, traições. Ou, as pessoas vivem sob o mesmo teto, mas, não possuem intimidade, não dialogam, não se tocam, vivem como estranhos. Porém, quando se conheceram e começaram um relacionamento, aquela pessoa era maravilhosa, deixava feliz, animava, era difícil acreditar que se havia encontrado alguém tão incrível. Entretanto, com o tempo o encanto se foi, porque a pessoa passou a mostrar seus defeitos, e o afastamento foi chegando aos poucos, foi se perdendo o interesse e o amor esfriou, ou acabou, por não se conseguir lidar com as diferenças.

O que antes encantava, chamava a atenção passou a causar desprezo, revolta, pois deixou de ser atraente, vindo a incomodar. E é assim, quando estamos apaixonados, não ligamos para as diferenças, aliás, elas nos atraem, impressionam, mas, quando a paixão acaba, elas se tornam defeitos, que parecem enormes, impossíveis de compreender e de tolerar.

Bom, a paixão romântica sempre é passageira, mas podemos nos apaixonar pela vida todos os dias e nos determinarmos a compreender e acatar as distinções de nossos próximos, nos autoaceitar como seres humanos e com defeitos e assim considerar estas características como parte das pessoas com quem convivemos, não esperando a perfeição, que jamais encontraremos em um ser humano.

Ao reconhecer as diferenças como naturais dos seres humanos, nos tornamos mais leves, felizes, amamos melhor, pois nos importamos com o outro e com sua forma de perceber o amor demonstrado, o que contribui para que ele torne-se feliz, melhor e mais amável. Não colocamos expectativas impossíveis nas pessoas, não esperamos o que não podem nos dar, mas nos sentimos bem conosco mesmos por fazer a nossa parte e já não nos cobramos, pois aceitamos nossas limitações. Desta forma, vivemos melhor, sendo gratos por sermos quem somos, pelas pessoas que estão ao nosso lado, e por tudo o que temos.

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Joscelaine Lima
CRP: 12/14672

Psicóloga clínica, formada pela Universidade
do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) em 2015.
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Um grito em prol da pluralidade humana


Por: Alex Valério

Como adepto da liberdade, da polêmica e, principalmente, das coisas que fogem as regras, sou a favor das minorias. Isso mesmo, das pessoas desfavorecidas por “algo que elas são”. Sou a favor dos negros, dos LGBT’s, dos viciados (em suas mais variadas formas), das mulheres, dos moradores de rua e de um bocado de outras categorias.

Na atual crise do país, – que não é apenas econômica – se você não for de classe média, hétero, cis gênero e branco, você tem uma grande chance de se enquadrar no time das minorias. É curioso pensar que, ultimamente, há uma série de minorias possíveis e inimagináveis. Penso que se nos juntássemos, seríamos certamente a maioria dominante. Mas, dominaríamos? E se dominássemos, quem é que marginalizaríamos?

Confesso que o “faça isso, faça aquilo” nunca funcionou muito bem comigo. Eu sempre tive interesse em questionar e entender o porquê das coisas serem como são. Se as mulheres são mais numerosas do que os homens, porque são consideradas como o sexo frágil? Imagino que seja porque, um dia, algum homem (que certamente deveria ser hétero, cis gênero e, arrisco dizer, branco – estou quase me tornando “brancofóbico”, o que não faz sentido, já que também sou branco) proferiu e assim ficou.

Aliás, é impressionante como estamos o tempo todo sendo influenciados culturalmente, não acham? E, antes de discordar, não venha me dizer que você não é influenciado, até mesmo quem protesta contra a influência cultural negativa é, de certa forma, motivado pelo seu objeto de recusa. Observem que contrassenso curioso: algumas minorias julgam como inconcebível que uma pessoa fora daquela realidade apoie sua causa. Já conheci, por exemplo, negros que dispensavam o apoio de brancos. Não, não estou criticando os negros, calma, foi apenas um exemplo. Posso também exemplificar falando a respeito dos gays que detestam os héteros ou das feministas que abominam os homens.

Não pensem que estou julgando ou culpando as minorias que agem dessa maneira, não estou. Pelo contrário, entendo completamente bem os que se comportam assim, anos de humilhação e exclusão acabam afastando as pessoas e criando a necessidade de que elas queiram se proteger, se distanciar, ou ainda, se unir com seus iguais (e apenas com eles). A culpa disso é histórico-cultural, começou bem antes de todos esses movimentos surgirem.

Mas, vejam como é interessante. Eu posso não ser parte de uma causa e lutar por ela e, nesse sentido, eu me torno também a própria causa. Precisamos entender que não somos – digo no plural, mas me refiro a cada minoria que luta por igualdade – o protagonista principal daquilo que defendemos. Parafraseando o querido Gregório: “Deixemos a própria causa ser o destaque e a protagonista de si mesma”.

Outro dia, durante um almoço qualquer, acompanhei uma discussão a respeito da chatice do mundo. Dentre as pautas, o bullying era qualificado como o fenômeno do momento. Parece que algumas pessoas acreditam que tudo está ficando muito exagerado. Pergunto-lhes: o gordinho da escola, aquele que tanto sofreu com as “musiquinhas” depreciativas ou que nunca era escolhido para compor o time de futebol por não ser tão veloz, será que se entristeceu com o fato do mundo ter se transformado no lugar “chato” que muitos julgam? Será que o mundo só ficou chato para os que oprimiam e que, agora, não podem mais “brincar” livremente com as pessoas? É claro que existem coisas que só são compreendidas por quem as vivencia, mas, de novo, isso não significa que quem não as vive, não possa apoiá-las.

Dar apoio a algo não precisa ser necessariamente experienciar aquilo, mas se posicionar como cidadão ético e político que contraria a (hétero) normatização e o “embranquecimento” social. Vamos, antes de julgar os que não são iguais a nós, juntar forças para apoiar e respeitar as diferenças.

Estamos, a cada dia que passa, nos tornando intolerantes, descrentes e egoístas. Permita-se, antes de fazer algum julgamento de valor, conhecer e aceitar alguém como esta pessoa é. Aceite que aquele seu colega que não tem problemas financeiros, hétero e branco, também pode fazer coro com a sua luta. Ele, fisicamente semelhante aos que segregam, pode ser uma exceção e se somar a tantas outras vozes que lutam diariamente contra a cultura do estupro, do machismo, da homofobia, da (hétero) normatização.

Antes de repetir o modelo que aprendemos, vamos questioná-lo, criticá-lo e fazer melhor. Romper o ciclo vicioso do ódio e do preconceito é o primeiro passo para a mudança efetiva do mundo que tanto criticamos.

Também publicado em: O Minuto Terapia

Imagem capa: Pinterest

Alex Valério
CRP: 06/134435

Especializando em Terapia Comportamental pela
Universidade de São Paulo.
Psicólogo pela Universidade Nove de Julho.
Tem experiência com projetos que envolveram
pesquisa básica em análise do comportamento
(desamparo aprendido e comportamento supersticioso),
ações sociais com o público LGBT e pesquisa quantitativa
com familiares de mulheres que estavam encarceradas.
Realiza atendimento clínico de crianças, adolescentes e adultos.
Escreve para o próprio blog e, também, para o Educa2.
Atende em São Paulo (Região Central) e no Grande ABC.
Contato: 
alex@minutoterapia.com
Facebook.com/ominutoterapia

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