Xiii… Hora de estudar, ferrou! “Gente grande” também tem dificuldades


Por: Alex Valério

A temida hora de estudos não é um problema apenas para crianças e adolescentes. É muito comum aparecerem no consultório adultos que enfrentam dificuldades para compreender e se dedicar às atividades acadêmicas. O comportamento de estudar é, para muitas pessoas, uma tarefa pouco prazerosa e da qual as pessoas querem se livrar rapidamente.

Estabelecer uma rotina de estudos não é uma tarefa simples, requer uma série de comportamentos complexos, como: ler, escrever, grifar, separar material, revisar o que foi feito, entre outros. Logo, é uma atividade que exige esforço e tempo. E, convenhamos, o mundo em que vivemos oferece uma infinidade de atividades mais prazerosas do que passar um período do dia com a cara nos livros, não é mesmo?

O problema dessa série de outras possibilidades é que, normalmente, as priorizamos e vamos adiando atividades que precisaremos realizar, seja aquele trabalho para o final do semestre ou os exercícios de matemática para segunda-feira. Acontece que o chamado “mau do brasileiro”, ou seja, o comportamento de adiar constantemente a realização de tarefas, deixando para executá-las próximo do prazo final, causa uma série de consequências, sendo muito comum o sentimento de fracasso ou de decepção com o resultado entregue. A sensação de culpa por não ter concluído a atividade ao longo do tempo, também costuma ser algo comum e que aflige as pessoas.

Infelizmente as escolas não ensinam os alunos a estudar, algo que é primordial para o bom desempenho do estudante. Sim, ensinar a estudar! Por mais estranho que pareça, esse é um comportamento que, como qualquer outro, precisa ser ensinado. Quando chegamos à escola temos nossa primeira experiência com os estudos, sem nunca antes ter experimentado, por exemplo, o que é estudar para provas, ou ainda, em ter de ler um texto e interpretá-lo para, posteriormente, discuti-lo. As escolas parecem esperar que, os hábitos de estudo, sejam algo intrínseco do ser humano. Alguns atribuem essa responsabilidade aos pais, mas se os pais também não foram ensinados, quem é que vai fazer?

Na graduação não é muito diferente disso. As universidades partem do pressuposto de que, as pessoas aprenderam no ensino básico como se estuda. Ainda que isso tivesse acontecido, desconsidera-se que, neste novo contexto, passa a ser exigida uma capacidade mais elaborada e, nem sempre, os alunos são preparados para isso. Há uma série de pessoas que, diante da necessidade de estudar, não sabem como começar ou o que priorizar.

Muitos estudantes desistem e se sentem incapazes de prosseguir com as atividades escolares. Diante desse cenário cada vez mais frequente, resolvi escrever algumas técnicas que, no consultório, tem gerado resultados satisfatórios. É claro que não funcionará para todas as pessoas, mas você pode refletir e testar uma coisa ou outra, adaptar ao seu modo/rotina.

O primeiro passo está relacionado com a Organização. Antes de iniciar, verifique se pegou todos os itens que você irá precisar (lápis, caneta, textos, livros, entre outros). Garantir que está com tudo o que será necessário, é importante para que você não tenha que interromper seus estudos, ao descobrir que esqueceu algo, ou seja, evita que você tenha que sair para buscar algo que ficou para trás.

O segundo cuidado se refere ao local em que a atividade será realizada. Antes de falar sobre isso, gostaria que você pensasse no seu atual local de estudo e em como ele é. Há alguma televisão, rádio ou computador por perto? (Se o computador for um dos seus materiais de estudo, cuidado!) Quando você decide estudar, seu celular fica onde? Você consegue ouvir barulho de carros ou de utensílios domésticos? Já adianto que esses distratores podem prejudicar seu rendimento na tarefa escolar.

Defina um local para os estudos. Parece bobagem, mas isso é importante. Não precisa ser um escritório, caso a sua casa não seja grande. A mesa da cozinha também serve. Só é importante que seja silencioso e tenha espaço para você colocar seu material. Algumas pesquisas mostram que, ao eleger um local para estudar, cria-se uma rotina mais produtiva. Mas há um cuidado importante: caso perceba que, em algum momento da atividade, está começando a se distrair com outras coisas ou ficando cansado, guarde o material e suspenda os estudos, retirando-se daquele local. Eduque-se para que, sempre que estiver lá com o objetivo de estudar, isso seja feito.

O terceiro aspecto é: planeje! Se você possui diversas atividades para realizar, use um calendário ou uma agenda. É importante programar as tarefas, de modo que você possa pensar em quais são as suas prioridades de estudo. Para eleger as prioridades, leve em consideração a complexidade – isto é, quão trabalhosa a atividade será – e, também, o prazo que você terá para concluí-la. Evite deixar para última hora. Grande parte dos sentimentos de frustração são resultados de atividades que foram realizadas “às pressas”.

Outro erro comum está no desejo de querer realizar a atividade de uma vez. Quando decidimos por essa estratégia, temos de investir mais tempo e, por conta disso, a tarefa acaba sendo mais cansativa. Não queira terminar tudo de uma vez só, fracione! Por exemplo, se você tem uma pesquisa, inicie buscando bibliografia e separando os textos, depois leia os resumos para selecionar quais estão dentro do que você espera para seu trabalho. Inicie as leituras, faça grifos e resumos daquilo que está lendo. Quando tiver que escrever, você terá menos dificuldades. Acredite!

O período dedicado aos estudos não precisa ser um mártir. Você pode fracionar o trabalho, fazendo-o gradativamente ao longo de um período. Além disso, você pode programar atividades prazerosas após períodos de estudos, como se fosse uma espécie de recompensa pelo seu bom desempenho. Sabe aquela série do Netflix ou aquela partida de videogame? Então, é possível coadunar a agendar de maneira que você consiga concluir as demandas escolares e, também, garantir um pouco de prazer e diversão. Afinal de contas, divertir-se é importante.

Durante os estudos, estratégias como grifar, fazer anotações e tantas outras são válidas. Não há um formato melhor, você precisará testar e ver qual deles combina mais com seu estilo. Um método que tem dado resultados bem positivos para leitura de textos, são os grifos e resumos. Acredito que todo mundo já sentiu sono no meio da leitura de um artigo/texto, ou então, a sensação de “não tô entendendo bulhufas” disso que o autor quis dizer.

Ao iniciar a leitura de um texto, veja-o inteiro e avalie se há figuras ou subtítulos. Caso tenha, dê uma boa analisada. Eles já lhe darão informações importantes do assunto que será tratado no texto. Feito isso, inicie a leitura e, no primeiro parágrafo, tente descobrir qual é a ideia central daquilo que está sendo apresentado (o primeiro é sempre um dos mais importantes, normalmente ele apresentará a ideia central do texto). Ao encontrar, grife o trecho. Mas, cuidado! Não se empolgue com o marca texto nas mãos. Não saia grifando tudo. Seja seletivo e destaque apenas o que for, de fato, importante (no começo é bem difícil, mas se esforce, depois passará a ser mais natural)! Feito isso, siga dessa forma a cada parágrafo.

Para cada grifo, tente fazer pequenas anotações. Estas podem ser a sua compreensão do trecho destacado, ou então, o motivo que fez com que você grifasse aquela parte do texto. Importante fazer isso nas figuras existentes, se possível, relacione o texto com aquilo que está sendo mostrado por ela.

Como tudo na vida, no começo é necessário insistir e não desistir. Apesar de ser um pouco trabalhoso, muitas pessoas alcançam bons resultados ao longo do tempo. Inclusive, se for necessário ler novamente um texto em que você fez isso, para provas, por exemplo, você verá que será mais fácil para recordar aquilo que já foi estudado. Normalmente os grifos e as anotações são suficientes.

Por fim, mas não menos importante: estabeleça uma rotina. Nem que seja 1 “horinha” do seu final de semana. Tente programar um horário e vá para o local destinado aos estudos. Evite começar com períodos muito longos. Faça com que os dois primeiros dias sejam de 20 à 30 minutos. Vá aumentando gradativamente, sinta e respeite seu ritmo. Ao concluir, reconheça seu esforço e aceite se sentir bem por ter conseguido. Inclusive, após terminar, se dê de presente uns minutos de ócio ou de diversão.

Este texto também foi publicado em: Educa2

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Colunista:

Alex Valério
CRP: 06/134435

Especializando em Terapia Comportamental pela
Universidade de São Paulo.
Psicólogo pela Universidade Nove de Julho.
Tem experiência com projetos que envolveram
pesquisa básica em análise do comportamento
(desamparo aprendido e comportamento supersticioso),
ações sociais com o público LGBT e pesquisa quantitativa
com familiares de mulheres que estavam encarceradas.
Realiza atendimento clínico de crianças, adolescentes e adultos.
Escreve para o próprio blog e, também, para o Educa2.
Atende em São Paulo (Região Central) e no Grande ABC.
Contato: 
alex@minutoterapia.com
Facebook.com/ominutoterapia

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Adeus Ano Velho!


Por: Amanda Santos de Oliveira

Passou voando, não é? Essa é uma frase que eu e você dizemos muito e ouvimos muito quando pensamos no ano que chega ao fim. Para mim, realmente o tempo parece passar com velocidade aumentada, apesar de saber que não é possível. Mas, isso porque, geralmente nesta época do ano, começamos a fazer um pequeno “balanço” do que conquistamos, dos desejos que realizamos e das metas que conseguimos alcançar.

Como está indo seu “balanço”? Você realmente conseguiu alcançar aquilo que planejou? Se sua resposta é não, ou se você acredita que poderia ter feito mais, você faz parte de um grupo enorme de pessoas que se frustra ao ver as metas do fim do ano anterior e que tem medo de estabelecer novos objetivos. Será que é possível alcançar tudo que queremos? Então, que tal dar uma olhada em algumas dicas que podem te ajudar?

 Planejamento

Palavrinha temida por alguns não é mesmo? Mas, não adianta escrevermos em nossa agenda ou ao menos pensar no que queremos conquistar se não nos planejarmos para tal. Infelizmente, geralmente é o que acontece. Um segredo: se você só pensar no que quer, mas não pensar no que deve fazer para alcançar isso, provavelmente você não irá conseguir. Fica mais fácil pensarmos em planejamento quando estamos em um contexto profissional, não é? Então, porque não expandirmos essa prática também para a vida pessoal? Assim, fica sempre mais fácil conseguir os resultados desejados.

Segundo Estrada et. al (2011)[1], se torna possível pensar em planejamento se adaptarmos o planejamento estratégico organizacional para nossa vida pessoal. Mas, como você já pode imaginar, planejar-se dessa forma não é tão fácil assim. Segundo os autores, este processo exigirá decisão, determinação, disposição e disciplina individual, além de significar uma mudança de hábitos e estilo de vida, substituindo negatividade por positividade. Além disso, será necessário considerar todos as áreas da vida e os papéis que elas desempenham para que seja possível obter êxito.

E onde é que geralmente nos atrapalhamos? No tempo. O tempo que quando a gente menos espera já passou. Para Estrada et. al (2011), as maiores dificuldades no que diz respeito ao planejamento são o foco na execução de atividades importantes e desperdício ou má utilização do tempo. Portanto, não adianta ter um plano perfeito se não colocamos os passos a serem tomados em uma perspectiva temporal, transformando nossas ações em tarefas e compromissos.

Flexibilidade e Realismo

Parece um pouco rígido, não é? Mas a ideia não é essa. Não adianta você fazer um planejamento sistemático se não considerar o fator da imprevisibilidade que cerca nosso dia a dia. Esteja ciente de que uma situação pode não ser a mesma no futuro. Portanto, seja flexível e encontre maneiras de se adaptar a novas situações e contextos. Mas, fique atento. Flexibilidade não quer dizer desistência. Se você encontrou obstáculos no seu caminho, esteja pronto para criar um novo plano e o encare com a mesma seriedade que encarou o anterior. Trabalhe a partir de suas novas condições e tempo disponíveis.

Mas, não adianta criar metas impossíveis de serem cumpridas. Isso só fará com que você tenha um alto padrão de exigência consigo mesmo e acabe se frustrando. Seja realista com sua realidade e com suas possibilidades. Isso não quer dizer que você não pode conseguir coisas maiores, mas que estará trabalhando dentro do que seu potencial permite. Para exemplificar melhor, pense da seguinte forma, se você trabalha na área comercial de alguma empresa e as metas são colocadas pelo empregador de forma altíssima e irreal, como você fica? Provavelmente desmotivado, se sentindo explorado, extremamente cansado e estressado. Funciona mais ou menos dessa forma. Seja realista e racional nas metas que estabelecer para você mesmo e esteja à vontade para supera-las se estiver em condições para isso.

Auto avaliação

Periodicamente, seja seu próprio chefe. Por mais que as vezes não gostamos dessa figura, principalmente se aquele que ocupa esse papel em nossas vidas tem tido dificuldades com a liderança, o chefe representa um papel fundamental na execução de nossas atividades. Por exemplo, quando você está dando o melhor de si no seu trabalho, não espera que seu chefe te dê um feedback? Dê esse feedback a você mesmo. Estabeleça prazos para avaliar seu próprio trabalho, seus avanços e quais foram os passos que você já conseguiu alcançar. Se não alcançou nenhum, pense no que pode fazer para melhorar e continue em frente.

Quando você era criança ou adolescente, no contexto escolar provavelmente teve acesso a algum tipo de avaliação. Naquela época, se você sempre se avaliasse da melhor maneira possível, mesmo que aquela não fosse a verdade, geralmente as consequências não eram muito nocivas. Contudo, neste caso, seja sincero consigo mesmo a ponderar suas facilidades e dificuldades. Aqui, você terá como consequência o fato de não alcançar suas metas que foram traçadas com tanto desejo. Ainda, estará perdendo toda a dedicação despendida no seu planejamento. Se você fizer uma avaliação fidedigna e real sobre seu desempenho, poderá se necessário, pôr em prática a flexibilidade e alterar aquilo que for preciso para chegar a um resultado melhor.

Acredite em si!

Mas, você não vai conseguir colocar nada disso em prática se não exercitar a autoconfiança. Às vezes, ela pode faltar lá no início fazendo com que seu desejo não passe de ideias. Entenda, é possível fazer e é possível mudar. Mesmo que o resultado final pareça grande demais aos nossos olhos, se pensarmos em um passo de cada vez e ir vencendo nossas pequenas metas, chegaremos no tão sonhado alvo.

Às vezes, alguns de vocês podem estar pensando que o ano novo é apenas uma mudança de calendário e não representa nenhuma mudança real. Claro que mudar de calendário não trará mudanças em sua vida. Quem traz essas mudanças é você mesmo e os dias não trarão conquistas à medida que forem acontecendo. Portanto, sim, a mudança de ano é só uma mudança de calendário. Mas, é uma época propícia, para a oportunidade de mudar, avaliando tudo aquilo que você poderia ter feito no calendário atual e não o fez. Se você escolher fazer diferente, você tem todas as condições para  realmente mudar. Agora, se o que você quer é continuar aonde está e como está, simplesmente continue não fazendo nada.

Referências:

[1] ESTRADA, Rolando Juan Soliz; FLORES, Gilberto Tim; SCHIMITH, Cristiano Descovi. Gestão do tempo como apoio ao planejamento estratégico pessoal. In: Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 4, n.1, p. 315-332 mai./ago. 2011. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/view/3349/2090&gt;. Acesso em 19 de dez. de 2016.

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Colunista:

Amanda Santos de Oliveira
CRP 04/43829

Psicóloga Graduada pela PUC Minas, atuante na área clínica em Belo Horizonte, oferecendo psicoterapia individual para adultos
Contatos:
psi.amandaoliveira@gmail.com
Facebook: facebook.com\psi.amandaoliveira
Instagram: @psicologabh

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Pare tudo e vá organizar sua casa


Por: Ane Caroline Janiro

Manter a casa em ordem e limpa não é apenas uma questão de higiene, tem muito a ver com seu nível de motivação para executar – e finalizar – tarefas em outras áreas de sua vida. Um ambiente organizado nos ajuda a equilibrar nossas emoções, a pensar com maior clareza e a manter a tranquilidade. Sem contar que, quando tudo está em ordem, conseguimos economizar tempo e investir nossa energia de forma mais inteligente para sermos mais produtivos.

Quando você acorda logo de manhã e encontra sua cozinha limpa e sem aquela pilha de louça para lavar, por exemplo, o impacto em seu humor e motivação é muito melhor e com certeza isso fará diferença em seu dia. O mesmo vale para seu armário e suas gavetas: quanto tempo e energia você poderia economizar se não tivesse que ficar procurando todos os dias a peça de roupa que você quer no meio da bagunça que estão suas coisas? Ao organizar, é possível até mesmo que você descubra roupas que nem se lembrava mais.

A desordem na casa interfere em nossa atitude diante de outros setores de nossa vida, como já citado. Um local caótico nos leva a um caos interno também e, quanto maior a desorganização, menor o rendimento. Por isso, faça um cronograma de limpeza e de arrumação, deixe sua casa com cara de lar. Um local aconchegante onde você se sinta bem de verdade. Destralhe-se! Jogue fora coisas quebradas, doe coisas que você já não usa e que podem ser úteis para outras pessoas, livre-se de tudo que polua esse ambiente onde tudo deve estar em harmonia.

Mas como vencer o desânimo e encarar a arrumação?

Para facilitar, aqui vão algumas dicas para a organização que podem te ajudar a se manter motivado nessa missão. O importante é estabelecer tarefas que você consiga cumprir, não adianta se propor a fazer uma super limpeza duas vezes por semana se você sabe que não terá tempo para isso.

Dica 1) Seja realista

Planeje metas diárias que podem ser realizadas aos poucos e sem muito esforço, assim, as chances de você prosseguir nessa missão são bem maiores. Comprometa-se a realizar pelo menos essas pequenas tarefas diariamente, como: lavar a louça, arrumar a cama e esvaziar as lixeiras. Você vai perceber que, após alguns dias executando fielmente essas mesmas tarefas, elas se tornarão um hábito e passarão a ser feitas com muito mais naturalidade.

Dica 2) Saia da inércia

A inércia é um dos grandes fatores que nos levam a procrastinar. Quanto menos você faz, menos você quer fazer… sabe aquela coisa de “amanhã eu faço” e nunca faz? Então, faça um esforço e saia da inércia! Comece com uma atividade pequena e faça uma por vez. Não serão raras as vezes em que, ao fazer suas tarefas diárias por exemplo, você acabe se empolgando para realizar outras tarefas “bônus”. Se você pode lavar aquela loucinha suja na pia, não deixe para depois, faça agora! Não espere acumular, resolva enquanto está fácil! Não deixe essas tarefas simples e que podem ser feitas rapidamente para serem feitas depois, apenas em um dia da semana. Eliminando as tarefas básicas, a faxina completa da casa será muito mais rápida, porque o ambiente não estará um caos.

Dica 3) Não junte coisas que você sabe que não vai usar!

Esse negócio de “pode ser que um dia eu precise” é uma armadilha para a bagunça. Quanto menos coisas você tem, mais fácil fica a manutenção da organização e mais “limpo” fica o ambiente, em todos os sentidos. Uma casa com poucos objetos é muito mais receptiva e harmoniosa. Então, se está quebrado, rasgado ou estragado: jogue fora! Se está em bom estado, mas você não usa há um bom tempo: doe!

Dica 4) Mantenha os armários e gavetas sempre arrumados

Não é porque seus armários ficam fechados que você pode manter a bagunça dentro deles. Quando você deixa seus armários e gavetas organizados, economiza tempo e dinheiro. Economiza tempo porque, ao se perder na bagunça, você não consegue encontrar facilmente os itens que precisa no seu dia a dia e demora muito mais para se vestir, por exemplo. E economiza dinheiro porque deixa de perder muitos alimentos que se estragam em sua despensa, simplesmente pelo fato de que, ao arrumar tudo, você sabe o que tem ali. Sem contar que a organização dos armários e gavetas influencia na ordem que você consegue manter no restante da casa. Um dica para deixar tudo sempre arrumadinho é: Se usou, guarde! Se pegou e não vai usar, guarde!

Dica 5) Monte um cronograma de organização e deixe em um local visível

Lembrando, novamente, que as metas precisam ser realistas e você precisa se comprometer com elas para que tudo funcione. Neste cronograma, organize as tarefas em categorias:

As que precisam ser feitas diariamente, como: Lavar a louça, Arrumar a Cama, Esvaziar as Lixeiras, Passear com o cachorro…

As que precisam ser feitas uma vez por semana, como: Lavar a roupa, Varrer, Passar aspirador, Trocar as toalhas de banho, Lavar o banheiro, Tirar o pó dos móveis, Eliminar a bagunça espalhada pela casa… (Neste caso, distribua as tarefas em dias diferentes para que você não se sobrecarregue).

As que precisam ser feitas mensalmente, como: Organizar e limpar armários e a dispensa, Limpar vidros e janelas, Limpar o freezer, Limpar lâmpadas e lustres, Separar itens para doação ou para jogar fora… (Não faça tudo no mesmo dia, defina dias diferentes para cada atividade).

As que precisam ser feitas semestralmente, como: Lavar cortinas, Lavar ou trocar os travesseiros, Fazer reparos necessários na casa… (A mesma regra vale aqui, não deixe tudo para o mesmo dia).

E nunca se esqueça: a organização do ambiente em que você está influencia diretamente em seu equilíbrio emocional, em sua energia e motivação. Ao finalizar uma tarefa, você normalmente se motiva a realizar outras. Não deixe para depois, faça agora!

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Sobre a autora:

Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, idealizadora e editora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556

 


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A importância de “destralhar”


Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro

Muitas pessoas tem dificuldades em se desapegar de objetos. Existem casas que possuem um cômodo destinado exclusivamente para o acúmulo de “tralhas”, o chamado “quartinho da bagunça”. Mas será que isso é saudável? A partir de que momento guardar coisas pode ser considerado um exagero, pode atrapalhar a nossa vida?

Acumular objetos desnecessários não é algo saudável, há teorias inclusive que associam a bagunça do ambiente ao estado emocional e ao comportamento do indivíduo. O fato é que é muito difícil que uma pessoa seja produtiva e emocionalmente saudável quando vive em um ambiente caótico, onde falta organização e limpeza. Ainda, a dificuldade em se desapegar de objetos está muito relacionada com a dificuldade do desapego de situações, pessoas, pensamentos e sentimentos que geram angústia e sofrimento.

“Destralhar” é um exercício que deve ser feito com regularidade: eliminar roupas velhas, ou mesmo as novas que já não se usa há muito tempo, objetos quebrados, livros que já foram lidos ou que se sabe que não serão, revistas, jornais, brinquedos, alimentos vencidos na despensa… Quanto menos coisas houver no ambiente, mais fácil será a organização e, consequentemente, maior o bem-estar que ele pode proporcionar.

Mas, quando é possível considerar que estamos acumulando itens exageradamente?

Podemos dizer que o “exagero” existe quando há sofrimento e prejuízos, sejam eles financeiros, emocionais, sociais. Por exemplo, por conta do acúmulo de objetos, sente-se vergonha em receber visitas (ou não há realmente a possibilidade de recebe-las pela quantidade de objetos no ambiente), passa-se a ter cada vez menos convívio social já que não há mais vontade de sair de casa, gasta-se dinheiro descontroladamente para comprar objetos que serão acumulados, familiares brigam e insistem constantemente para que o ambiente seja limpo e os itens sejam descartados.

Além disso, podemos notar que a situação saiu do controle quando há sofrimento e incapacidade em se desfazer dos itens.

As pessoas que acumulam compulsivamente acreditam que os objetos acumulados são capazes de suprir suas necessidades emocionais, por isso se apegam tanto a essas coisas.

A Acumulação Compulsiva é um quadro ligado ao TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo e para ser diagnosticada corretamente, necessita de uma cuidadosa análise e avaliação profissional, pois pode não ser o mesmo que um acúmulo de certo objeto, como ocorre com colecionadores. O ideal é que, ao se notar as dificuldades e sofrimentos citados acima, um profissional seja consultado.

Entretanto, muitas pessoas que acumulam excessivamente não se dão conta que este hábito se trata de um transtorno e não tem plena consciência da situação em que se encontram, chegando inclusive, em casos mais graves, a se isolar completamente e abandonam até mesmo os cuidados pessoais e de higiene. Há casos em que mesmo tendo a consciência da situação ou do prejuízo que o acúmulo compulsivo tem causado, a pessoa acredita que a sensação de acolhimento e conforto gerada pelos objetos que acumula é muito maior e não quer se livrar deste sentimento. Por isso é importante que as pessoas mais próximas fiquem atentas e ajudem a buscar o apoio psicológico necessário.

São diversos os motivos que podem levar uma pessoa a acumular itens de forma exagerada: depressão, separações, perdas, traumas e outros. O profissional também ajudará neste sentido: identificar as causas que levaram a pessoa a desenvolver este quadro e adotar as estratégias adequadas para lidar com o problema.

Leia mais sobre Acumulação Compulsiva no link:

Acumuladores: quais os sinais da acumulação compulsiva?


 

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Sobre a autora:

Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, Fundadora e Administradora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556



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