“Deu branco”: Por que isso ocorre e como evitar?


Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro

O famoso “branco” ou esquecimento repentino é muito comum, principalmente diante de situações como provas, vestibulares, concursos. Muitas pessoas realmente sofrem com este problema que se repete por várias vezes e causa prejuízos no desempenho de tais exames. Mas por que será que este “branco” acontece? E será que existe uma forma de evitar ou amenizar a ocorrência deles?

Bem, este esquecimento repentino normalmente acontece diante de situações onde somos expostos a um nível elevado de estresse ou de ansiedade que fazem com que o hormônio cortisol seja liberado em nosso organismo e ele irá afetar o funcionamento de várias de nossas funções, inclusive a memória e irá resultar também em outros efeitos, como sudorese intensa, taquicardia, entre outros. Portanto, esta é uma reação absolutamente normal de nosso corpo diante deste tipo de situação.

Entretanto, há sim como minimizar este efeito e evitar o tal “branco”. O fato de já termos vivenciado o “branco” ou esquecimento diante de uma situação tão decisiva, faz com que nós guardemos este episódio em nossa memória e, ao sermos expostos novamente à mesma situação, ou situações semelhantes, este histórico irá gerar angústia e ansiedade pela possibilidade de que o evento se repita. Ou seja, as experiências ruins passadas geram medo, que geram ansiedade e esta por sua vez aumenta as chances de ocorrência do mesmo episódio: o “branco”.

Então, mesmo que exista a lembrança desta experiência ruim, o melhor a fazer é controlar a ansiedade e uma das principais armas contra ela é o sono. Dormir bem é muito importante para que nós consigamos manter controlados nossos níveis de ansiedade e também para “fixarmos” na memória conteúdos importantes. Muitos estudantes, nas vésperas de provas, passam noites em claro decorando e revisando matérias e esse é o principal erro.

Outros dois aliados contra o “branco” são: boa alimentação e exercícios físicos, que nos ajudam a controlar a ansiedade, estresse e também a manter o bom funcionamento do cérebro.
Exercícios de controle de respiração também são muito indicados, tanto antes, como para o momento da prova. Eles podem ajudar a manter a concentração e a diminuir a ansiedade.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ingerir substâncias estimulantes, como energéticos ou cafeína em excesso, não auxiliam a atenção, pelo contrário: no caso das pessoas que sofrem com a ansiedade elevada e a ocorrência destes esquecimentos repentinos, essas substâncias podem piorar o funcionamento da memória e da concentração.

No momento da prova ou outra situação de avaliação, é preciso deixar o desespero de lado caso ocorra o “branco”. Respire fundo, mantenha a calma, assim a possibilidade de que o conteúdo esquecido seja recordado em poucos minutos é muito maior. Aquela dica de muitos professores – responda primeiro as mais fáceis, depois as mais difíceis – pode funcionar nestes casos também: procure pular as questões onde você se esqueceu da resposta e retorne a elas em outro momento, quando a ansiedade baixar.

É claro que alguns casos merecem maior atenção e mesmo estas dicas podem não ajudar muito a solucionar a ansiedade e a dificuldade em enfrentar estas situações estressoras. Neste caso, é importante que se busque o auxílio de um psicólogo.

Referência:
GRAEFF, Frederico G. Ansiedade, pânico e o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 29, supl. 1, p. s3-s6,  May  2007 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462007000500002&lng=en&nrm=iso&gt;. accesso em  23  de Março de  2016. 


 

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Sobre a autora:

Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, Fundadora e Administradora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556

 


*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


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