Qual a importância da LIBRAS para a criança surda?


Por: Mariana Santos

Ao descobrirem que seu filho(a) é surdo(a), muitas vezes os pais acabam sendo bombardeados de opções para “curar” a surdez e acabam não conhecendo a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) ou a conhecem quando seus filhos já estão muito maiores. Mas qual a importância do contato com a língua de sinais para a criança Surda? Quais são os prejuízos que esta criança pode ter caso não entre em contato com a LIBRAS?

Primeiramente vamos falar um pouco sobre a LIBRAS, esta é a sigla de Língua Brasileira de Sinais. Isso mesmo, a LIBRAS é uma língua e NÃO uma linguagem de gestos como muitos pensam. É uma língua com regras e estruturas gramaticais própria. É a segunda língua oficial do Brasil e é utilizada pelos Surdos para se comunicarem.

Existem algumas filosofias de educação para Surdos, são elas:

Oralismo – Esta filosofia percebe o surdo como deficiente e busca integrar a criança surda na comunidade ouvinte por meio da oralização. Buscando através da estimulação auditiva e oral, integrar a criança na comunidade ouvinte.

Comunicação Total – Percebe surdo não apenas como uma pessoa que não tem a audição, mas considera seus aspectos sociais e emocionais. Buscando realizar a educação da criança através da estimulação oral e de recursos espaço-viso-manuais.

Bilinguismo – Nesta filosofia o surdo deve ser bilingue, ou seja, adquirir sua língua natural que é a língua de sinais e como segunda língua a língua oficial do país onde vive.

Dessas filosofias, percebo uma melhor adaptação da criança surda ao bilinguismo. Observo que ela não busca enquadrar o surdo na cultura ouvinte e não percebe a surdez como uma deficiência, apenas como uma característica.

A criança precisa adquirir uma língua para seu desenvolvimento cognitivo e até emocional. Estudos apontam que crianças educadas a partir das filosofias oralistas e da comunicação total não adquirem com êxito sua língua natural, tão pouco a língua oficial do seu país. O que pode causar alguns prejuízos cognitivos para esta criança, ou seja, sem uma compreensão total de uma língua a criança muitas vezes não consegue entender por exemplo conceitos abstratos, noção de passado e futuro, sentido figurado, entre outros.

Estimular a criança a oralizar, muitas vezes acaba sendo uma violência para ela, pois esta não é sua língua natural. Nós ouvintes aprendemos o português com facilidade, por que estamos expostos a ele o tempo todo e esta é nossa língua natural. O surdo por sua vez, não tem a habilidade auditiva, o seu estímulo é feito através do visual, por isso sua língua natural é uma língua viso-espacial, ou seja, a língua de sinais.

Muitas crianças e adolescentes que não tiveram contato com a LIBRAS, chegam com idade avançada nas escolas bilingues sem compreensão da língua portuguesa ou da língua de sinais. Assim, é necessário primeiramente ensina-las uma língua e depois iniciar o ensino das disciplinas escolares.

Imagem capa: Link

Mariana Santos
CRP 06/126116

Psicóloga Clínica, graduada em Psicologia pela UNIP.
Conhecimento avançado em LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais (Derdic/PUC-SP).
Atende na Chácara Santo Antônio – São Paulo/SP 
Contatos: 
Fone: (11) 95490-5944
Email: marianasantos.psico@gmail.com

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

Descobri que meu filho é surdo, e agora?


Por: Mariana Santos

Um dia assistindo ao documentário “Sou Surda* e não sabia”, parei para observar um pouco da dinâmica da criança surda dentro de uma família ouvinte. A gestação é um momento em que a família cria muitas expectativas sobre o sexo do bebê, sobre suas características, se nascerá saudável, entre outros… Mas o que acontece quando seu filho(a) nasce e você descobre que ele é uma criança surda?

Após esta descoberta os pais passam pelo processo de luto, pois as expectativas que criaram sobre o bebê não foram correspondidas. Além disso, poucas famílias têm conhecimento a respeito da surdez e acabam não sabendo como lidar com ela.

Quando a criança realiza os exames e constatam que é surda, os profissionais da saúde instantaneamente trazem aos pais ferramentas de como “eliminar” a surdez. E apresentam os caminhos para oralizar a criança surda e assim deixá-la “normal”. E muitas vezes pela carga emocional e até pela falta de conhecimento com relação à surdez, os pais seguem as orientações sem encontrar outras alternativas.

Nenhuma criança vem com manual de instruções que mostre como devemos proceder. Como com qualquer outra criança cabe a cada família avaliar o caminho que deseja seguir. Porém, gostaria de compartilhar um pouco sobre o que tenho observado na maioria das dinâmicas familiares entre criança surda e família ouvinte e assim deixar mais uma opção para que os pais decidam como querem seguir.

Com a tentativa de que a criança seja “normal”, muitas famílias acabam fazendo com que ela se adapte à dinâmica familiar, em poucos casos ocorre o contrário, a família se adaptar à criança. Assim, por vezes as crianças são submetidas a oralização, leitura labial, sem nenhum contato com a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), passam por cirurgias, entre outros procedimentos, porém acabam não se integrando aos ouvintes, nem conhecendo a comunidade Surda. Muitas vezes, essas crianças não conseguem se integrar à própria família, pois em um almoço de domingo por exemplo, compreende pouco do que está sendo dito.

Mas como a família poderia se adaptar à criança? Um alternativa, que considero muito enriquecedora para a família e para criança, é conhecer a comunidade Surda e a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Assim, a criança passa a ter referências de pessoas Surdas e assim sentir que também pode fazer suas conquistas.

Tornar-se pai e mãe não é uma tarefa fácil, quando a criança nasce há a necessidade dos pais de se adaptarem ao bebê, sendo ele surdo ou não. Porém a surdez não pode ser encarada como um fator limitante, mas sim como uma característica. Em alguns casos, os pais precisam de uma orientação psicológica de um profissional que compreenda a surdez e a cultura Surda, a fim de auxilia-los a lidar no cuidado com a criança.

* Utilizo no texto a palavra “surdo” para distinguir do termo “deficiente auditivo”, ao contrário do que se imagina o termo não é pejorativo e identifica a pessoa que possui uma surdez profunda, sendo o termo “deficiente auditivo” direcionado às pessoas com surdez leve a moderada. Também utilizo “Surdo” com “S” maiúsculo para identificar a pessoa Surda inserida na comunidade Surda que compartilha de valores, história, língua e cultura.

Mariana Santos
CRP 06/126116

Psicóloga clínica bilíngue, atendimento em Português e Língua Brasileira de Sinais.
Graduada em Psicologia pela UNIP.
Atende na Chácara Santo Antônio (Z/S) e próximo ao metrô Tatuapé (Z/L) – São Paulo
Contatos:
Fone: (11) 95490-5944
E-mail: marianasantos.psico@gmail.com
Site: https://marianasantospsico.wixsite.com/marianasantospsico
Facebook: facebook.com/psicologamarianasantos

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


 

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

Inclusão Social: Pessoas com deficiência e suas relações interpessoais


Por: Felipe Salviano Ramos

A pessoa com deficiência por muitos anos foi considerada como incapaz de realizar atividades, considerada como diferente e dessa forma excluída da sociedade. Nos dias atuais essa exclusão ainda acontece, portanto o profissional da Psicologia pode contribuir para reduzir os impactos dessa segregação, levando informações à sociedade e preparando a pessoa com deficiência para ingressar nesse meio.

A relação da sociedade com as pessoas com deficiência tem mudado com o passar dos tempos, tanto no sentido filosófico, como na prática e atitudes vem se modificando e construindo outro olhar e prática para com as pessoas com deficiência (ARANHA, 2001).
Segundo Aranha (2001), desde a antiguidade percebe-se que a sociedade possuía uma relação desumana com as pessoas com deficiência. Na Esparta, eram chamados de fracos, defeituosos, imaturos, descartados da sociedade ainda bebês, jogados em esgotos, como se não tivessem utilidade alguma para a população. Na idade antiga, a pessoa com deficiência, não tinha importância, já que sua exterminação não afetava a ética e a moral. Por muito tempo, as pessoas com deficiência eram vistas como “defeituosas”, e até na reforma protestante como “demoníacas”, principalmente as pessoas com deficiência intelectual eram vistas assim, consideradas como rejeitadas por Deus.
Surgiram, então, os hospitais psiquiátricos para “tratamento” das pessoas com deficiência, que na realidade eram mais no formato de prisões, em que essas pessoas eram totalmente separadas da sociedade e tratadas de maneira desumana. (ARANHA, 2001).

Com o passar do tempo, as pessoas com deficiência continuaram sendo discriminadas. Principalmente por falta de conhecimento da sociedade, que considerava as deficiências como algo “crônico”, onde as pessoas com cegas e surdas eram estereotipadas como “deficientes mentais”. Além disso, as pessoas com deficiência física foram e são consideradas incapazes, sem direitos, indefesos e são deixados em segundo plano (MACIEL, 2000).
É possível perceber na fala do autor, Maciel (2000), que as pessoas com deficiência tinham menos direitos que nos dias atuais, como por exemplo, na saúde, em que os locais eram pequenos, sem infra-estrutura, as terapias e psicoterapias ofereciam poucas vagas para a grande demanda, sem falar das filas enormes para que eles tivessem seus direitos atendidos.
O autor ainda acrescenta que na área social os programas voltados para as pessoas com alguma deficiência são, em geral, os que possuem menos verbas, não existindo trabalho efetivo junto à comunidade mais carente, além dos grupos de atendimento e orientação se encontrarem superlotados. No mercado de trabalho, pessoas com deficiência, eram as últimas a serem contratados, ou o primeiro a ser demitido, e além de poucos serem absorvidos pelo mercado de trabalho, o salário era menor do que de seus colegas, realidade essa que ainda permanece nos dias atuais. Na área da educação não podia ser diferente, com professores não preparados para tal, falta de recurso técnico-pedagógicos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, em que a questão da inclusão social nas escolas mostra-se eficiente apenas no papel (MACIEL, 2000).

Até o presente momento há uma falta de informação, algumas famílias superprotegem seus filhos, muitas vezes por medo da inclusão deles na sociedade, medo de sofrer seja na escola, no trabalho, nas relações interpessoais e vale ressaltar que mesmo diante de certas limitações, as pessoas com deficiência têm todos os direitos como cidadãs.

Referências:

ARANHA, Maria Salete Fábio, Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência, Revista do Ministério Público do Trabalho, 2001. (Devotuporanga)

MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. São Paulo em perspectiva, v. 14, n. 2, p. 51-56, 2000. (scielo)

Imagem capa: Stocksnap.io

Felipe Salviano Ramos
CRP 11/11087

Formado pela Faculdade Santa Maria – FSM (Cajazeiras/PB).
Especialista em Saúde Mental pela
Faculdade São Francisco da Paraíba – FASP (Cajazeiras/PB).
Especializando em Educação em Direitos Humanos
pela Universidade Federal da Bahia – UFBA (Juazeiro/BA).
Atua como Psicólogo em Centro de Referência da
Assistência Social – CRAS (Juazeiro do Norte/CE). 
Contato:
felipepsico16@gmail.com

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

 

Eu sou assim: Série estreia com histórias reais e desconstrução de estereótipos


A partir do dia 09 de agosto às 23h estreou no canal GNT a série documental “Eu sou assim”, que traz histórias inspiradoras de crianças e adultos que aprenderam a viver com síndromes e transtornos genéticos, levando uma vida feliz e encontrando maneiras de serem inseridos na sociedade.

Com direção de Calvito Leal e Duda Vaisman e produção da TV Zero, a tração tem 13 episódios, sendo o primeiro sobre autismo.

A proposta da série é mostrar que essas pessoas com essas síndromes e transtornos percebem o mundo de uma maneira particular. Assim, o documentário busca mostrar essa visão através de cenas que as traduzam sensorialmente. A cada episódio o entrevistado, olhando para a câmera, conta a sua história, provocando empatia do espectador. Cada episódio tem dois personagens. O primeiro é uma criança recém diagnosticada e sua família, buscando entender as dúvidas e inseguranças geradas pela descoberta. O outro é uma pessoa adulta com a mesma síndrome genética, mas que já se encontra estabelecida, provando que há caminhos e possibilidades para uma vida harmônica e feliz.

“Eu sou assim” busca um olhar real sobre essas pessoas, desconstruindo estereótipos e preconceitos e mostrando que todos são tão especiais quanto qualquer um de nós.

Saiba mais no vídeo:

Fonte: Deficiente Ciente

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

[Dica de Filme] Extraordinário


Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma deformação facial. Pela primeira vez, ele irá frequentar uma escola regular, como qualquer outra criança. No quinto ano, ele irá precisar se esforçar para conseguir se encaixar em sua nova realidade.

extraordinario 2.JPG

Imagem: Trailer oficial

No dia 23 de Novembro estreia no Brasil a adaptação cinematográfica do livro Extraordinário, de R. J. Palacio (já falamos dele aqui). Os protagonistas do longa são Jacob Trembley, Julia Roberts e Owen Wilson.

O filme conta a história de Auggie, um garotinho que nasceu com uma desordem craniofacial congênita. Aos 10 anos de idade, ele precisará enfrentar o grande desafio de estar em uma escola regular pela primeira vez. Tudo o que ele mais deseja é ser tratado como uma criança comum, o que não será uma tarefa fácil.

O trailer abaixo mostra seu primeiro dia de aula, o início de uma série de obstáculos que Auggie precisará superar, dentre eles, a forma rude como é tratado por seus colegas da escola. Será um momento igualmente difícil para seus pais, preocupados com o bem estar físico e emocional do filho e com tudo o que esta nova fase reserva para a vida do pequeno.

Assista abaixo ao trailer oficial:

A direção do longa é de Stephen Chbosky (de As vantagens de ser invisível, 2012) e ainda conta com a atriz brasileira Sônia Braga no elenco, interpretando a avó de Auggie.

Fonte: Deficiente Ciente

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

Por que comecei a aprender libras?


Por: Mariana Santos

Quando eu comento com as pessoas que faço curso de LIBRAS, com frequência elas me fazem as seguintes indagações “o que é LIBRAS?”, “Por que você faz esse curso?”, “tem alguém Surdo na sua família?”…

Para começar, o que significa LIBRAS? LIBRAS é a sigla de Língua Brasileira de Sinais, é a língua utilizada pelos Surdos para se comunicarem (não é uma linguagem de gestos como muitas pessoas consideram). É uma língua com suas regras e estruturas gramaticais.

Gostaria de compartilhar com vocês sobre a minha história com a LIBRAS. Me recordo que desde criança, ao observar os Surdos conversando eu me fascinava, parecia algo que me hipnotizava. As conversas entre os Surdos me deixavam extremamente curiosa, mas essa curiosidade ia muito além de saber o que estava sendo dito, eu queria saber como era se comunicar fora do mundo dos sons. Porém, não tive nenhum contato com a LIBRAS ou com Surdos na infância.

Após começar a faculdade de psicologia, comecei a me indagar de como era a psicoterapia para um Surdo. E em algumas pesquisas, vi que quando eles realizavam consultas com médicos por exemplo, precisavam de alguém para interpretá-los. Mas, como fazer o processo terapêutico com um intérprete? Então, comecei a procurar psicólogos que sabiam LIBRAS e descobri que estes profissionais são bem escassos.

Após concluir a faculdade, comecei a buscar cursos de LIBRAS para aprender e começar a atender os Surdos. Mas, por não ter nenhum conhecimento da língua, achei que poderia aprender em 6 meses. Já que tinha visto algumas aulas no youtube e aprendido alguns sinais achei, que seria fácil. Mas me enganei!

Me matriculei na DERDIC. No primeiro dia de aula levei um susto enorme, eu sabia que os professores eram Surdos, mas achava que teríamos intérpretes nas aulas e que seria tranquilo. Quando percebi que seríamos apenas nós e o professor, meu coração gelou.

Já nas primeiras aulas comecei a perceber a importância de não ter intérprete e o quanto isso facilitava para aprender os sinais, mas confesso que mesmo assim queria intérprete nas aulas. Compreendi também que aprender LIBRAS estava muito além de fazer expressões faciais, aprender os sinais e a estrutura da língua. Entendi que aprender LIBRAS era entender que ser Surdo não era apenas não escutar (como eu achava até aquele momento), mas que é uma identidade.

Comecei a entender algumas lutas da comunidade surda, compreender que algumas convenções da cultura ouvinte não faziam sentido para os Surdos e passei a entrar um pouco nesse universo. E quanto mais eu me envolvo, mais me apaixono!

Por outro lado, quanto mais envolvida eu me encontro com este universo fascinante, mais indignada eu fico com a falta de acessibilidade, com a falta de LIBRAS nas escolas regulares e com o esquecimento da Língua Brasileira de Sinais pelos governantes que não permitem que a população em geral conheça mais sobre essa língua, que é a segunda língua oficial do Brasil.

Hoje percebo o quanto ela é importante para o Surdo e o quanto a falta de contato com essa língua causa prejuízo para as crianças Surdas que crescem em uma família ouvinte sem o contato com a LIBRAS.

Sei que os Surdos lutaram muito pelo reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais e que esta luta não terminou. Mas, também sei que quanto mais pessoas apoiarem nesta luta, maior será o sucesso!

Imagem capa: Link

Mariana Santos
CRP 06/126116

Psicóloga Clínica, graduada em Psicologia pela UNIP.
Conhecimento avançado em LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais (Derdic/PUC-SP).
Atende na Chácara Santo Antônio – São Paulo/SP
Contatos:
Fone: (11) 95490-5944
Email: marianasantos.psico@gmail.com

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

Como aceitamos o diferente?


Por: Joscelaine Lima

Em uma reflexão sobre diferenças pude perceber que pode ser fácil respeitá-las quando estão distantes. Quando encontramos alguém diferente na rua, no trabalho, na universidade, enfim, em algum lugar onde não precisamos ter muita intimidade, onde as pessoas não se mostram totalmente e as imperfeições não aparecem de todo, respeitar pode ser simples.

Parece fácil respeitar quem está longe. Costumamos nos compadecer, nos preocupar e querer ajudar os que estão sofrendo pelo mundo. Respeitamos os diferentes de nós, não temos preconceito algum, admiramos as pessoas com deficiência, afirmamos querer o bem de todos. Mas, não compreendemos quem está ao lado, quem mora com a gente, quem nos deu a vida, nos amamentou, quem pagou e ainda paga despesas, quem realmente está conosco quando não estamos bem.

É muito fácil respeitar as diferenças quando esta não nos atinge, quando está longe, na sociedade, na escola, no trabalho, mas, respeitar a diferença de quem mora sob o mesmo teto, que vemos ao levantar, ao almoçar, no fim do dia, dormimos na mesma cama, na mesma casa, aí a diferença incomoda, por menor que seja.

Incomoda a diferença quando a pessoa mostra a imperfeição, não faz tudo do nosso jeito, pensa diferente e este pensamento se choca com o nosso. É difícil entender, levamos para o lado pessoal, achamos que a pessoa age diferente do que gostaríamos com a intenção de nos atingir, quando, na verdade, a pessoa está agindo da forma que acha que deve agir, que para ela é correta.

Nesta incompreensão pelo outro, pelo diferente, nos ferimos e machucamos os que estão ao nosso redor. Colocamos expectativas nas pessoas e nos frustramos quando elas não agem segundo nossos desejos, não compreendemos a maneira de amar do outro, não paramos para pensar que o outro pode ter o mesmo sentimento e a mesma decepção, porque também sente-se incompreendido e não amado como gostaria de ser, pois cada um tem a sua forma de demonstrar e sentir amor e somos egoístas demais para nos importar com isto, olhamos somente para o que interessa a nós mesmos.

Por conta desta intolerância nos decepcionamos após um período de casamento, acontecem muitas separações/divórcios, traições. Ou, as pessoas vivem sob o mesmo teto, mas, não possuem intimidade, não dialogam, não se tocam, vivem como estranhos. Porém, quando se conheceram e começaram um relacionamento, aquela pessoa era maravilhosa, deixava feliz, animava, era difícil acreditar que se havia encontrado alguém tão incrível. Entretanto, com o tempo o encanto se foi, porque a pessoa passou a mostrar seus defeitos, e o afastamento foi chegando aos poucos, foi se perdendo o interesse e o amor esfriou, ou acabou, por não se conseguir lidar com as diferenças.

O que antes encantava, chamava a atenção passou a causar desprezo, revolta, pois deixou de ser atraente, vindo a incomodar. E é assim, quando estamos apaixonados, não ligamos para as diferenças, aliás, elas nos atraem, impressionam, mas, quando a paixão acaba, elas se tornam defeitos, que parecem enormes, impossíveis de compreender e de tolerar.

Bom, a paixão romântica sempre é passageira, mas podemos nos apaixonar pela vida todos os dias e nos determinarmos a compreender e acatar as distinções de nossos próximos, nos autoaceitar como seres humanos e com defeitos e assim considerar estas características como parte das pessoas com quem convivemos, não esperando a perfeição, que jamais encontraremos em um ser humano.

Ao reconhecer as diferenças como naturais dos seres humanos, nos tornamos mais leves, felizes, amamos melhor, pois nos importamos com o outro e com sua forma de perceber o amor demonstrado, o que contribui para que ele torne-se feliz, melhor e mais amável. Não colocamos expectativas impossíveis nas pessoas, não esperamos o que não podem nos dar, mas nos sentimos bem conosco mesmos por fazer a nossa parte e já não nos cobramos, pois aceitamos nossas limitações. Desta forma, vivemos melhor, sendo gratos por sermos quem somos, pelas pessoas que estão ao nosso lado, e por tudo o que temos.

Imagem capa: Pinterest

Colunista:

Joscelaine Lima
CRP: 12/14672

Psicóloga clínica, formada pela Universidade
do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) em 2015.
Atende em São Miguel do Oeste-SC.
Contatos:
Facebook.com/JoscelainePsicologia
Whatsapp: (49) 992028970

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

Vamos falar sobre inclusão escolar?


Por: Camila M. Fernandes

Sei que é um assunto que ronda muitas pessoas o tempo todo, mas quantas vezes realmente nos aprofundamos sobre o tema? O que realmente sabemos sobre a inclusão escolar?

Incluir, no âmbito escolar, significa que todas as crianças têm direito a escola. Incluir é a capacidade que temos de entender e reconhecer o outro e, através disso, nos permitirmos conviver e compartilhar experiências com pessoas que são diferentes de nós. Alguns autores acreditam que “o diferente” não se refere apenas a pessoas com deficiências ou transtornos, como costumamos achar, e sim a qualquer pessoa à nossa volta. Todos são diferentes, seja na forma de pensar, de ver a vida, entre outros.

Logo, a educação inclusiva deve acolher a todas as pessoas, não precisando necessariamente de uma escola especializada e sim, no âmbito escolar “comum”, com professores bem preparados para lidar com essa diferença. Incluir é tentar fazer com que haja menos discriminação, é permitir interagir com as mais variadas situações, e com as mais variadas pessoas.

A escola tem uma função essencial e primordial nessa inclusão. Se um ganha, ganham todos. A escola precisa ter uma estrutura boa para isso, e não digo apenas estrutura física, mas sim de profissionais dispostos a lidar com essa diferença. Depois da escola (nível professores e funcionários), os alunos ganham muito com a inclusão. Vivemos em um mundo onde tudo o que é diferente, as pessoas insistem em deixar de lado, isso faz com que o preconceito cresça cada vez mais, então quando você inclui novas pessoas, você permite que, desde a infância, as crianças aprendam a lidar com o novo, com a diferença, e a tratar de forma igualitária, diminuindo assim o preconceito. Para o incluído, ter a possibilidade de conviver com outras crianças, faz com que ele sinta-se cidadão como todos os outros, fazendo com que percebam que há um espaço no mundo para eles. Eles são cidadãos, porém ao se verem incluídos poderão sentir menos essa diferença que muitos insistem em manter.

É necessário lidar com a diferença, mas o grande problema é que no lugar da diferença acaba entrando em cena a desigualdade. O preconceito existe em tudo, mas não deveríamos dizer que é pré conceito e sim pós conceito, pois é algo internalizado, incorporado através de um processo educativo.

Precisamos compreender a realidade. Nem sempre apenas explicar algo é suficiente, pois é necessário compreensão e com isso criar significados. Acredito que o que mais precisamos hoje em dia é isso: compreender para criar significados.

Para uma escola ser inclusiva é necessário um bom projeto pedagógico que abra espaço para a reflexão. Como citei anteriormente, incluir vai muito além de ter rampas ou um ambiente físico adaptado.

“O que todo ser humano tem de igual é que todos são diferentes” (Autor desconhecido).

Imagem capa: Pinterest

Colunista:

Camila M. Fernandes
CRP: 06/109118

Psicóloga Clínica. Formada pela Universidade São Judas Tadeu.
Aprimoramento Clínico na Abordagem Cognitiva pela Universidade São Judas Tadeu.
Atendimento no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo-SP
Contatos:
E-mail: psico.camilamartins@gmail.com
Facebook.com/psicocamilafernandes

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

A Tecnologia Assistiva como Recurso para a Inclusão Escolar


Por: Susana Joaquim Rodrigues

A Política da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva propõe que o estudante com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) ou altas habilidades/superdotação seja matriculado preferencialmente na rede regular de ensino e orienta os sistemas de ensino a promoverem respostas às necessidades educacionais especiais (NEEs), garantindo, entre outras coisas, o Atendimento Educacional Especializado (AEE), a acessibilidade (urbanística, arquitetônica, nos mobiliários, nos equipamentos, nos transportes, na comunicação e na informação) e a formação dos professores para a inclusão (BRASIL, 2008, p. 8).

O AEE deve ser ofertado nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) e tem como objetivo complementar ou suplementar a formação dos estudantes. Dentre as atividades realizadas no AEE, a Política indica que devem ser disponibilizados recursos de Tecnologia Assistiva (TA) (BRASIL, 2008, p.10).

De acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas – CAT, Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2007).

A utilização da TA no AEE depende das características individuais do estudante, do conhecimento do professor sobre a TA e da disponibilidade das mesmas na SRM.

Desta forma, na perspectiva da Educação Inclusiva tem-se o destaque ao uso da Tecnologia Assitiva (TA) como possibilidade de inclusão no ensino regular de estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), principalmente daqueles com alguma deficiência ou com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que apresentam limitações na comunicação e na interação social. A TA deve ser utilizada com os referidos estudantes na sala de aula do ensino comum e, principalmente no AEE.  Bersch afirma que “no contexto educacional inclusivo, a tecnologia assistiva caracteriza-se como um conjunto de recursos que promovem o acesso e a participação dos alunos com deficiência na aprendizagem […]” (BERSCH, 2009, p. 15).

As opções de TA que podem ser utilizadas com estudantes que apresentam algum tipo de NEE são bastante diversas. Incluem desde tecnologias simples que o próprio professor pode confeccionar como pranchas de comunicação e outros mais complexos como recursos de acessibilidade ao computador, softwares mais elaborados, leitores, vocalizadores, controladores eletrônicos de ambientes, etc. Os recursos de TA, desta forma, se diferenciam em recursos de alta e de baixa tecnologia. Os recursos de baixa tecnologia são geralmente definidos como passivos ou fáceis de usar, mais baratos e com poucas partes móveis, como por exemplo: instrumentos customizados para as mãos, adaptações para recursos de escrita, apoio para livros, recursos para facilitar o alcance, talheres adaptados e materiais como velcro, antiderrapantes, fitas adesivas, etc. (MARTINS, 2011, p. 38). Já os recursos de alta tecnologia são geralmente definidos como recursos mais complexos e que apresentam componentes eletrônicos, tais como computadores, vocalizadores, equipamentos para o controle de ambiente, cadeiras de rodas motorizadas, etc. (INGE e GALVIN apud MARTINS, 2011, p. 38).

A TA é essencial na garantia do direito à educação das pessoas com deficiência e/ou Transtorno do Espectro Autista, sendo um fator que contribui e, em muitos casos, possibilita a inclusão escolar. Por isso concordamos com Bersch “que se fazem necessários na escola o conhecimento e a aplicação prática da tecnologia assistiva” (BERSCH, 2009, p. 21).

O conhecimento sobre a TA na escola, vai circular a partir do professor, especialmente, do professor do AEE, o que traz implicações relacionadas à formação desse profissional. É necessário que o professor do AEE tenha sólido conhecimento no que se refere às Tecnologias Assistivas, pois são consideradas de sua atribuição o uso e a confecção das mesmas. Nesse sentido, é importante que as mantenedoras propiciem ao professor atuante nesse espaço a participação em formações específicas. Além disso, é compromisso do próprio professor buscar estar atualizado e capacitado para a execução do seu trabalho. Existem vários cursos, inclusive em plataformas públicas de Educação à Distância que fornecem formações sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação de uma forma geral e de Tecnologias Assistivas, mais especificamente.

Somente com o conhecimento do que há disponível e do que pode ser confeccionado o professor poderá realizar a avaliação adequada da necessidade de uso de tecnologia assistiva do estudante com deficiência ou TEA. Com isso, o professor do AEE também poderá auxiliar o professor da classe comum e a família do estudante, pois muitas TA são imprescindíveis nas atividades de vida diária, as chamadas AVD’s e podem ser utilizadas em casa, possibilitando uma maior autonomia e uma melhor qualidade de vida.

Referências:

BERSCH, R. Design de um Serviço de Tecnologia Assistiva em Escolas Públicas. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Design, Porto Alegre, BR-RS, 2009.

Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18299/000728187.pdf?sequence=1. Acesso em sete de fevereiro de 2017.

BRASIL. CORDE, Comitê de Ajudas Técnicas. ATA VII. 2007. Disponível em http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reunião_do_Comite_de_Ajudas_Técnicas.doc. Acesso em sete de fevereiro de 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em sete de fevereiro de 2017.

MARTINS, D.S. Design de Recursos e Estratégias em Tecnologia Assistiva para Acessibilidade ao Computador e à Comunicação Alternativa. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Design, Porto Alegre, BR-RS, 2011. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/38706/000823437.pdf?sequence=1. Acesso em sete de fevereiro de 2017.

Imagem capa: Pinterest

Colunista:

Susana Joaquim Rodrigues
CRP 07/15823

Psicóloga com atuação clínica, especialista em Educação Especial e Inclusiva,
membro da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul.
Contatos:
Telefone: (51) 95396145
Email: susipsique@yahoo.com.br
Facebook: /psicologasusanajoaquimrodrigues
Instagram: @psicologasusanarodrigues

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

Avaliação Psicológica e Inclusão Nas Escolas


Por: Kelly Cristina de Oliveira e Michele Aleixo Pazeto Chiquini da Silva

A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino é um assunto bastante discutido, tanto na parte educacional quanto social. Existem leis que garantem o acesso e permanência do aluno com necessidade especial no sistema regular de ensino, contudo há muitas barreiras que impedem que estas políticas de inclusão sejam realmente efetivadas. Neste sentido o presente traz um relato de uma experiência de avaliação psicológica realizada com crianças do ensino fundamental que teve como objetivo a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na Sala de Apoio Pedagógico – SAPE da escola pública regular.

Destina-se inclusão aos alunos com necessidades educacionais especiais e a permanência dos mesmos em classes comuns do sistema de ensino, com o suporte necessário. Requer, portanto, o aprimoramento das instituições para apoio e desenvolvimento destes alunos.

Recentemente realizou-se o processo de avaliação psicológica, solicitado e acompanhado pela secretaria de educação do município, onde participaram alunos da rede previamente encaminhados, com histórico de dificuldades de aprendizagem ou já diagnosticados por outras áreas da saúde. Objetivando melhorias do processo de aprendizagem e definição da rede de apoio necessária ao aluno, principalmente o acompanhamento da sala de atendimento especializado, que busca complementar o ensino por meio de estratégias especificas que auxiliem o aluno à acompanhar a sala regular.

O processo de Avaliação Psicológica foi realizado na modalidade individual, com base na abordagem Psicanalítica. Trata-se de uma prática clínica de investigação, com objetivo de realizar o encaminhamento mais apropriado para a demanda trazida.

Durante este processo foram realizados os seguintes procedimentos: Entrevista de Anamnese realizada em uma sessão com a mãe, com objetivo de investigar toda história da família e da criança desde a gestação até os dias atuais, seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo e psicossocial; Aplicação do SNAP-IV – A.B.D.A Questionário Escolar e Familiar – Crianças e Adolescentes (levantamento de indicativos de Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade) este questionário é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH. Sessão com observação livre da criança, com o objetivo de observar, constatar e verificar os comportamentos mostrados por ele e sua interação com o ambiente. Aplicação do teste psicológico projetivo Casa-Árvore-Pessoa (HTP), com o objetivo de entender os aspectos emocionais do funcionamento da criança e estimular a projeção de elementos da personalidade. Aplicação do teste WISC IV – Escala Wechsler de Inteligência para Crianças, que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual das crianças e o processo de resolução de problemas. Índice de Compreensão Verbal, Índice de Organização Perceptual, Índice de Memória Operacional e Índice de Velocidade de Processamento, além do QI Total. Sessões Devolutivas, com os pais e a escola, realizadas separadamente.

A avaliação psicológica é um processo de grande importância para a compreensão do indivíduo considerando sua singularidade e complexidade, teve a finalidade de identificar as barreias para aprendizagem e o desenvolvimento global do aluno, indicando as intervenções necessárias.

O processo serviu para tomada de decisões do que é preciso para auxiliar o aluno, em diferentes aspectos. Tornou-se uma avaliação inclusiva por permitir identificar não apenas necessidades dos alunos, mas também da família, da escola e dos professores.

O resultado da avaliação permitiu uma visão detalhada de onde o aluno está, como está e onde pode chegar. Definindo quais as estratégias poderão ajudar para que o aluno participe da construção do seu conhecimento, a partir das suas potencialidades e respeitando suas limitações.

Ficou evidente o quanto é importante conhecer e respeitar as particularidades de cada aluno, principalmente para conhecer as barreiras que o impedem de aprender adequadamente e qual o melhor caminho a seguir.            

Imagem capa: Pinterest       

Kelly Cristina de Oliveira e
Michele Aleixo Pazeto Chiquini da Silva


Graduadas em Psicologia pela Universidade Paulista de Ribeirão Preto/SP.

Kelly é Pós graduanda Educação Especial e Inclusiva
no Centro universitário de Ribeirão Preto – Barão de Mauá.
Michele é Graduanda em Pedagogia
na Universidade Paulista de Ribeirão Preto/SP.
Contato:
silvaeolivieraclinicadepsicologia@outlook.com.br

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).

                                                   

[Dica de Filme] Os melhores dias de nossas vidas


Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro

O filme traz uma excelente oportunidade para refletirmos sobre o estereótipo que temos formado a respeito das pessoas com deficiência. Normalmente, olhamos apenas para a limitação e não somos capazes de enxergar a pessoa que existe por trás dela, com seus sentimentos, vontades, personalidade, capacidades, defeitos… Rotulamos a pessoa de acordo com a sua deficiência e nossa perspectiva se limita a isso apenas.

“Rory (James McAvoy) é um jovem rebelde, bem-humorado, que fala o que pensa, não liga para as convenções sociais, nem para nada, nem para ninguém. Seu oposto é Michael (Steven Robertson), que sempre levou uma vida completamente sem graça e enfadonha. O que estas duas pessoas tão diferentes poderiam ter em comum? A resposta: Rory é tetraplégico e Michael tem paralisia cerebral. Descontentes com as ‘regras da vida’, estes dois amigos inusitados planejam deixar a instituição onde estão internados com a ajuda de Siobhan (Romola Garai) para que eles finalmente atinjam seus objetivos: viver a vida em toda sua intensidade. Mas quais as surpresas que o mundo fora dos portões da instituição irão revelar aos dois rapazes?” – Sinopse

 

Data de lançamento: 15 de outubro de 2004 (Reino Unido)
Direção: Damien O’Donnell
Prêmio: Edinburgh International Film Festival Standard Life Audience Award

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!


PNG - ONLINE IMAGE EDITOR - Copia.png

Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).