Gestalteando com Lulu Santos


Por: Andressa de Oliveira Cesa

Você já reparou como existem músicas que conversam com a gente? Para mim, estudante da abordagem Gestalt-Terapia, existe uma música particular de Lulu Santos que sempre me chamou a atenção pela sua forma gestáltica de ser.

“Como uma onda no mar” é uma canção que me fisgou, e me fez perceber em vários trechos, aspectos do tema paradoxal e do crescimento através da frustração, conteúdos muito vividos na psicoterapia. Por isso, convido você agora a colocar os óculos da minha percepção e olhar cada trecho da canção que escolhi.

Começando com o tema paradoxal, o trecho que na música me chamou muito a atenção foi: “Não adianta fugir nem mentir pra si mesmo agora, há tanta vida lá fora e aqui dentro sempre, como uma onda no mar”.

Neste trecho, me vem muito a questão de ser o que se é. Quanto mais a pessoa busca seu autoconhecimento (sim, a psicoterapia possibilita isso 😉), mais conhece sua própria natureza e flui espontaneamente. E em contrapartida, quanto mais a pessoa busca ser o que os outros querem, mais conflitos ela cria na sua própria forma de ser, dificultando chegar a uma ação de satisfação para sua necessidade.

Acredito ser importante dizer ainda que, a vida é dinâmica e existem muitas fases diferentes nela, se permitir mudar é um ato de autenticidade, reconhecendo a dinâmica do gerúndio da vida. A mudança é como uma iluminação que deve ser sempre procurada, isso não significa que de fato você sempre vai acha-la, mas somente na tentativa que você tem a possibilidade de encontrá-la, em um “indo e vindo infinito”.

Outro tema que me atraiu muito ouvindo essa canção foi sobre a frustração, compreendendo que se frustrar também é preciso, para o próprio amadurecimento. Na minha visão gestáltica, ser frustrada como cliente, me possibilita experienciar meus próprios limites e dificuldades, enxergando minha forma de ser no mundo.

Como terapeuta, é necessário frustrar e acolher o cliente, ajudando-o a passar pela frustração, buscando no comportamento dele como ele se autorregula. Entendendo que, este processo acontece no ritmo do cliente.

Na música, o trecho que vislumbro a frustração é: “Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo”.

Escolhi essa frase pois a frustração geralmente surge da dificuldade de apreender que tudo é transitório ao nosso redor. Muitas vezes a mudança (de novo a velha amiga!), acontece repentinamente, te tirando da zona de conforto e te frustrando. Até o momento em que você se permite deixar para trás aquela visão antiga e cristalizada e, encontrar uma nova perspectiva que faça mais sentido a você.

Conhecer a abordagem e fazer psicoterapia com uma gestalt-terapeuta, pode lhe possibilitar um encontro único na vida, com empatia, respeito, conhecimento e ética. Entendendo que, cada pessoa tem seu próprio modo de se relacionar no mundo. E que, rótulos são para geleias.

Agora convidado, sinta-se à vontade para tirar esses óculos, colocar os seus próprios e perceber quais músicas, ou melhor, quais artes te convidam a viver à sua maneira!

REFERÊNCIA:

RIBEIRO, J.P. Gestalt Terapia: Refazendo um Caminho – São Paulo: Summus, 1985.

Imagem capa: Pinterest

Andressa de Oliveira Cesa
CRP 12/11696

Psicóloga, atua em Psicoterapia com foco em adolescentes e adultos para gerenciar conflitos de forma saudável, trilhando seu caminho rumo a maturidade emocional.
Além de atuar no processo de escolha profissional do adolescente ou vestibulando,
assim como do jovem que está em dúvida do seu futuro profissional,
ou na escolha de uma nova carreira.
Formada pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI em Itajaí/ SC.
Contato:
andressacesa@gmail.com
Facebook.com/espacohumanity

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


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