Fobia Social e a autoavaliação negativa


Por: Ane Caroline Janiro 

A Fobia Social também é conhecida como Transtorno de Ansiedade Social e, de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), algumas características que o indivíduo apresenta neste transtorno é um grau elevado de ansiedade, temor ou esquiva de situações sociais ou outras situações em que poderá ser avaliado ou observado (comer, falar, escrever, entre outras). Isso porque em geral, para o fóbico social, essa interpretação vinda dos outros será sempre negativa. Ou seja, há uma preocupação com o próprio desempenho, com a imagem que irá transmitir aos outros, medo em relação a cometer erros e se expor – especialmente diante de desconhecidos.

Há dois subtipos quando falamos de fobia social: Generalizado, que é quando existe o medo da maioria das situações de exposição social (ou seja, podemos considerar as situações sociais em geral, incluindo festas, iniciar uma conversação, interagir com pessoas do sexo oposto, manifestar uma opinião, falar com pessoas de maior autoridade, etc). E o subtipo Circunscrito, quando ocorre o medo ou evitação de um ou alguns tipos de situações sociais específicas, como escrever ou comer na frente de outras pessoas.

Sintomas físicos da fobia social: quando ocorre a exposição a uma situação que produza a ansiedade, o fóbico social costuma apresentar sinais físicos que vão desde sudorese, rubor facial, tremor, taquicardia até aqueles semelhantes a um ataque de pânico.

Há uma procura tardia por ajuda psicológica nos casos de fobia social pois, em geral, durante muito tempo na vida da pessoa os sintomas são associados a uma simples timidez. O que acaba ocorrendo é que, em muitos casos, os pacientes procuram ajuda por conta dos sintomas de ansiedade ou até mesmo depressão, o que pode fazer com que seu tratamento seja direcionado nessa linha de atuação e a fobia social em si não seja tratada corretamente. E isso ocorre quando o quadro já está bem evoluído. Por isso é muito importante ficar atento aos sinais diferenciais, que são justamente a evitação de situações sociais e as reações físicas e emocionais diante da exposição social ou avaliações de desempenho.

Na psicoterapia, o paciente irá aprender a identificar e avaliar seus medos irracionais em relação a essas situações estressoras e também irá aprender técnicas adequadas para acabar com os comportamentos evitativos, tornando-o mais confiante diante dessas situações. Aos poucos, com a ajuda psicológica, o paciente poderá enfrentar tais situações, além de desfazer autoconceitos antes enraizados de avaliação negativa sobre si mesmo, o que o levava a construir uma noção de avaliação negativa também por parte das outras pessoas. Tais autoconceitos estão por trás desse transtorno e é preciso que o indivíduo os compreenda e a partir disso construa novos conceitos mais realistas sobre si (e sobre os outros).

Você ainda tem dúvidas sobre este tema? Deixe sua pergunta abaixo e voltamos a conversar!

Imagem capa: Pexels

Referências: 

Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Ed. (DSM V)

D’El Rey, Gustavo J. Fonseca, & Pacini, Carla Alessandra. (2006). Terapia cognitivo-comportamental da fobia social: modelos e técnicasCognitive-behavioral therapy of social phobia: models and techniquesTerapia cognitivo-comportamental de la fobia social: modelos y técnicas. Psicologia em Estudo11(2), 269-275. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722006000200005

 

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Sobre a autora:
Ane Caroline Janiro
Psicóloga clínica, Fundadora e Administradora do Psicologia Acessível.
É casada, mamãe do Lucas, escreve sobre Psicologia, Maternidade, Família…
Instagram: @carolinejaniro

 


*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


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