Esquizofrenia: quais os tratamentos possíveis?


Por: Renan Gomes Lara

A esquizofrenia foi descrita pela primeira vez por Kraepelin (1956-1926) baseando-se no modelo biomédico como demência precoce, compreendida por surgir muito precocemente na vida, causando problemas psíquicos. Com o passar dos anos, e com a evolução no estudo da doença, esta foi separada nos manuais de descrição de doenças do transtorno maníaco depressivo e da paranoia. Bleuler (1857-1939), teórico da época, classificou a esquizofrenia em três subtipos: catatônica, hebefrênica e paranoide.

O transtorno pode ter origem multifatorial, assim sendo, as causas genéticas e ambientais se correlacionam a um aumento no risco de desenvolver a doença. Estudiosos discutem aspectos gerais no percurso da esquizofrenia e seus inúmeros fatores que a própria psicologia busca compreender massivamente como: história, sintomatologia, tratamentos e técnicas experimentais.

Nesse contexto a doença normalmente tem seus primeiros sintomas na adolescência, porém pode ocorre também no início da idade adulta. Alguns casos podem ocorrer de forma inesperada, surgindo com um quadro que inicia de maneira insidiosa. A alteração do comportamento na esquizofrenia pode variar desde as formas desordenadas, fazendo o indivíduo agir de maneira grosseira, até os comportamentos catatônicos.

Com a descoberta da doença, o comportamento catatônico foi especificado como uma das principais característica da esquizofrenia. Silva (2006) afirma que a catatonia se caracteriza como um conjunto de movimentos, posturas e ações complexas cujo denominador comum é o seu ato involuntário. Os comportamentos em si incluem: inconsciência profunda, maneirismos, estereotipias, negativismo e ecopraxia (tiques).

Portanto, o paciente pode demonstrar um grande déficit cognitivo generalizado, pois tendem a desempenhar níveis mais baixos do que um padrão “normal” na variedade de testes cognitivos. Devido ao transtorno, podem apresentar múltiplos déficits neuropsicológicos quando submetidos aos testes de raciocínio conceitual complexo, velocidade psicomotora, memória de aprendizagem nova e incidental e habilidades motoras, sensoriais e perceptuais (SILVA, 2006).

Nos testes aplicados por psicólogos geralmente são identificadas alterações cognitivas e seletivas, afetando o desempenho na atenção, memória e possíveis resoluções de problemas. As causas da esquizofrenia são ainda desconhecidas pelos cientistas. Nessa perspectiva o estudo mais plausível para tentar chegar a um consenso para a esquizofrenia, entende o transtorno como uma desorganização da personalidade de origem multifatorial, entre elas a causa de natureza genética.

A esquizofrenia trata-se de um transtorno mental grave, que necessita constantemente seguir à risca o tratamento, que inclui os acompanhamentos: medicamentoso, a psicoterapia individual, a psicoterapia de grupo, intervenção familiar e tratamento hospitalar (ALMASAN; GIMENEZ, 2006).

Compreendemos que os pacientes podem obter sucesso na melhora do quadro dentre das diversas abordagens psicológicas. Porém a forma com que o psicólogo conduzirá o tratamento será o diferencial para esse indivíduo que se encontra vulnerável em meio ao seu próprio transtorno, a fim de que consiga adaptar-se ao seu plano terapêutico singular.

Referências:

ALMASAN, D. A; GIMENEZ, R. M. Formas de tratamento do paciente esquizofrênico. Revista Científica Eletônica de Psicologia – ISSN: 1806-0625. Ano IV – Número 7 – Novembro de 2006 – Periódicos Semestral. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/FWkFz5z2GTQFN4v_2013-5-10-15-35-19.pdf Acesso em: 28 de Junho de 2017.

SILVA, R. C. B. D. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, 2006, 17(4), 263-285. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusp/v17n4/v17n4a14.pdf Acesso em: 28 de Junho de 2017.

Imagem capa: Pinterest

Colunista:

Renan Gomes Lara

Estagiário em uma ONG não governamental.
Atuou na promoção da saúde com escuta qualificada, 
acolhimento e informações aos usuário do 
Sistema Único de Saúde – SUS em 
Unidade de pronto atendimento – UPA.
Estudante de Psicologia na Faculdade Unigran Capital 
em Campo Grande – MS.
Atuou na Caravana da Saúde na cidade de Campo Grande.
Participa de projetos voltados a área da psicologia.
Contatos:
Whatsapp: (67) 99269-9508

E-mail: reenamportales@gmail.com

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