Por: Leonardo Domingues
O suicídio é abordado por várias culturas desde os primórdios da humanidade, seja por motivo de culpa, desilusão, arrependimento. E abordado por variados temas, sejam eles família, religião, política, entre outros. Atualmente temos uma questão altamente polêmica, a eutanásia. Nesse caso a pessoa provavelmente encontra-se em estado terminal, onde permanecer vivo traz mais sofrimento do que a morte. Esse método é permitido em alguns países pois entende-se que a pessoa tem o direito de terminar com seu sofrimento físico, porém como falei anteriormente, o sofrimento psicológico não se encaixa, não sendo permitido tal procedimento.
Irei abordar sobre uma das culturas com maior número de caso suicidas, a cultura oriental. Especificamente na época dos grandes samurais, o samurai que cometia algum ato de repúdio era expulso do grupo (eram chamados de Ronins, samurais sem mestre, no qual trazia muito sofrimento e solidão). A ânsia de trazer paz interior fazia com que muitos cometessem o ato de tirar a própria vida, como se isso apagasse todos seus erros. Era feita uma cerimônia onde por meio de uma espada retiravam suas vidas e, infelizmente, parte do costume permanece vivo até hoje, sem tomar em consideração todo o sofrimento que esse ato irá trazer as outras pessoas.
No Japão existe uma floresta chamada Aokigahara, também conhecida como Mar de Árvores, no qual as pessoas vão para com um propósito: tirar a própria vida. Essa floresta é muito famosa e tanto os moradores quanto o governo colocam placas alertando as pessoas para não cometerem o ato. Pessoas de todo Japão acabam indo para a floresta de Aokigahara, saem de tão longe para irem tirar a própria vida especialmente lá, pois essa floresta se encontra no que já foi um vulcão gigantesco e surpreendentemente não há animais, somente plantas. Para todo lugar que se olhe há somente vegetação, um completo silêncio, não havendo algo ou alguém que possa te impedir.
Fonte da Imagem
Muitas das pessoas que vão para a floresta acabam levando objetos que lhe traz algum tipo de apreço ou vínculo com o motivo de estar ali, sendo assim, a floresta é repleta de objetos abandonados, como o caso do pai que levou um vídeo game. O mesmo não conseguiu suportar a dor de perder seu filho e em sua carta ele dizia que esse era o vídeo game em que seu filho brincava por horas e sempre pedia para o pai brincar junto. Além dos objetos deixados, há também cordas amarradas por toda floresta, essas cordas estão sempre juntas a placas escritas “Este não é o fim”. Empresas também deixam placas no local dizendo “Você está com problemas financeiros? Você não precisa fazer isso, venha conversar conosco, iremos te ajudar”, sendo o motivo financeiro uma das maiores causas de suicídios.
Fonte da Imagem
Você que está lendo deve se perguntar, “mas por que ninguém fica lá para impedir?” Várias equipes ficam todos os dias, porém a área é de 35 Km² ao noroeste do monte Fuji, e há muitas rochas e cavernas de gelo que dificultam as buscas. Devido à densa quantidade de árvores que bloqueiam o vento, acaba por não ter vida selvagem. Apesar de todo o trabalho feito, são encontrados em média 100 corpos por ano, tanto em perfeito estado quanto em decomposição e até mesmo somente ossos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo, sendo a pobreza e problemas socioeconômicos um dos maiores fatores. Atualmente o suicídio mata mais do que o HIV em todo o mundo.
O Brasil tem cerca de 12 mil casos de suicídio por ano, chegando a alcançar a 8ª colocação no ranking mundial. Um número altamente preocupante e que chega a ser discutido no Senado, uma vez que a lista dos países com maiores índices são formadas de países com média e baixa renda.
A dificuldade de encontrar ajuda e o tabu acabam por agravar o problema que só tende a aumentar ano após ano. Segundo a Comissão de Direitos Humanos (CDH), trata-se de uma “epidemia silenciosa” que afeta o país, sendo cada vez mais preocupante entre os jovens e adolescentes, podendo ser tratado como um problema de saúde pública.
Atualmente no Brasil existe o programa Centro de Valorização da Vida (CVV), no qual existe a mais de 50 anos com a prevenção ao suicídio, funcionando 24 horas por dia pelo número 141 e através do site: www.cvv.org.br, onde é possível entrar em contato via e-mail e bate-papo.
A vida é algo único, dada a cada um de nós para fazermos o que bem entendermos, porém se em algum momento da sua vida já pensou ou está pensando na ideia de cometer suicídio, pense. Não quero te dizer que será fácil, não desista, pense em um bebê, ele não sabe o que passará, quem conhecerá, o que irá estudar nem o que irá conquistar durante a vida, e mesmo assim ele sorri, pense. A vida está tão ruim? Será mesmo o fim? Como sua vida chegou a esse ponto? Houve uma época da sua vida no qual não pensava em suicídio, quer dizer que em alguma época sua vida teve um sentido. Mesmo que não se sinta a vontade em se abrir com alguém conhecido procure ajuda profissional e lembre-se: a vida é linda, única e passa rápido demais, aproveite a chance que lhe foi dada.
Colunista:
Leonardo Domingues
CRP 06/133444
Formado pela UNIARA, é Psicólogo Clínico e atende em Jaboticabal/SP na Rua Floriano Peixoto, 1517 – Centro.
É escritor e cartunista.
Contatos:
WhatsApp: (16) 99775-6457
Instagram: @leonardo_psi
E-mail: leonardo.psico@terra.com.br
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!