O ciúme é um sentimento natural. Todos nós sentimos um intenso desejo de zelar por aquilo que amamos. Quem é que não se sente valorizado por ser alvo do ciúme demonstrado por alguém? De forma equilibrada o ciúme é aquele tempero a mais em qualquer relação, mas quando de forma exagerada, quase sempre, é o motivo de brigas e términos de relacionamentos.
Mas, porque para algumas pessoas é tão difícil controlar o ciúme? Primeiramente temos que compreender que todos nós possuímos modelos de comportamentos, pessoas com quem aprendemos a nos comportar de determinada forma, também nossas experiências de vida vão moldando a forma como percebemos o mundo a nossa volta. Dessa forma, durante a vida, algumas pessoas aprendem que precisam ter o controle do outro para que ele não vá embora, são pessoas inseguras que não conseguem confiar, elas precisam ter o controle em suas mãos.
O ciúme excessivo tem a ver com insegurança, um medo descontrolado que leva uma pessoa a viver em função do outro, tudo passa a girar em torno da vida do outro. As conseqüências deste comportamento são que, além de perder sua própria individualidade, pessoas muito ciumentas invadem a individualidade da outra pessoa, e na tentativa de manter o controle da vida do outro chegam ao extremo de ter atitudes como vasculhar celular, ligar várias vezes para saber o que o parceiro está fazendo, mexer nos objetos que pertencem ao outro e muito mais.
Comportamentos intrusivos destroem qualquer relacionamento, ninguém suporta ser vigiado o tempo todo, afinal, mesmo depois de iniciada uma relação, cada pessoa é uma individualmente e têm suas próprias necessidades e é preciso respeitar isso. Toda tentativa de controle, no fim só gera estresse porque por mais que se tente não é possível controlar tudo o tempo todo.
Para refletir sobre seu grau de ciúme, pense no quanto você vive em função de alguma coisa ou alguém. Será que você está investindo toda sua energia no outro? O quanto você está dedicado unicamente ao outro? Se você sente que não possui autocontrole, você precisa dar um novo significado à sua vida.
Aprender a lidar com o ciúme é um trabalho de cuidar de si mesmo, por isso algumas recomendações são:
– Cuide da sua autoestima: valorize a si mesmo, invista tempo em você, descubra o que você gosta, que coisas lhe dão prazer ou com o que você gosta de trabalhar. Comece a amar a si mesmo para que você seja capaz de confiar que o outro lhe ama.
– Questione seus pensamentos: Será que seus pensamentos realmente se justificam? Que fatos apoiam seus pensamentos? Que tipo de relação você tem com as coisas ou pessoas que ama? Será que isso é um padrão de comportamento? Nós nos comportamos de acordo com o que pensamos, mas pensamentos não são fatos e eles nem sempre correspondem à realidade.
– Saiba expressar seus sentimentos: Discussões e brigas só desgastam a relação. O diálogo saudável é sempre o melhor caminho. Converse com seu parceiro sobre suas inseguranças, demonstre amor ao invés de desconfiança, esteja aberto para ouvir o outro.
– Seja sincero consigo mesmo: Descubra seus medos, suas inseguranças, não tenha medo de se ver por dentro. Reconheça onde você tem sido intolerante e busque a flexibilidade, descubra sempre novas formas de olhar para uma mesma situação. Se for preciso, busque ajuda profissional, o autoconhecimento é a chave de toda mudança, tudo muda quando nós mudamos.
Imagem capa: Pinterest
Colunista:
Juliana Lima Faustino
CRP 05/43780
Psicóloga clínica (PUC-Rio 2008), terapeuta cognitivo-comportamental (Cepaf-RJ 2011), Psicóloga na ONG Pra Melhor. Experiência clínica no tratamento de transtornos de ansiedade, estresse, depressão, relacionamentos e transtornos alimentares.
Contatos:
Cel: (21) 98108-1978
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