Por: Renata de Souza da Silva Rodrigues
Neste Dia do Trabalho, comemorado aqui no Brasil no dia 1º de maio, vemos nosso país em meio a crise econômica e às mudanças na lei trabalhista que tiram o sono do trabalhador que acompanha a tudo isso. Trabalhadores com salários atrasados ou não pagos, condições de trabalho ruins, falta de materiais, desemprego, vislumbre de uma aposentadoria futura que pode não acontecer, dentre tantas outras situações que poderíamos descrever. Fico pensando o quanto de doença tem sido produzida pela inquietude que nossa realidade tem provocado nos indivíduos na nossa sociedade. Aliado ao já descrito temos a cobrança de sermos profissionais de alto padrão, sem erros na prática e com formação acadêmica exemplar, mesmo diante do difícil cenário trabalhista que temos.
Recentemente li em um livro a seguinte frase: “No nosso mundo, existe pouco lugar para fracassos. Nosso sistema de empreendimento centralizado de sucesso é ideal para o promissor, mas devastador para o perdedor. Num esforço de criar vencedores, nós também criamos pessoas desajustadas.” (LUCADO, 2011). A meu ver esta frase traduz exatamente o que nossa sociedade tem produzido, pessoas desajustadas, desorientadas, tristes e com medo do futuro. Não se admite mais o erro, não se sabe lidar com as frustrações, não se consegue buscar meios de se recuperar dos nossos fracassos cotidianos e isso acaba por se estender a todas as nossas relações, não somente a trabalhista. Deixou-se de admitir o fracasso como uma possibilidade de aprendizado e melhora, como afirma a frase atribuída a Henry Ford: “O fracasso é somente uma oportunidade de começar de novo, de forma mais inteligente”.
Nesse contexto no qual a sociedade e mundo do trabalho nos impõem a cobrança de tanta perfeição e sucesso, precisamos parar e pensar: O que é sucesso para nós? O que é importante? O que eu pretendo alcançar? Se nossos ideais e valores não combinam com aquilo que nos tem sido exigido, por que continuar acompanhando sem refletir? É essencial conhecer a si mesmo para poder decidir e assumir a busca do sucesso que desejamos. Temos que deixar de nos colocar no lugar de fracasso que a sociedade e o outro nos colocam, é necessário assumir o nosso próprio lugar de sucesso.
Bibliografia: LUCADO, M. Moldado por Deus: quando Deus começa a nos moldar à sua imagem. Tradução: Marisa Veiga Lobato. Editora Proclamação ltda.: 2011.
Imagem capa: Pexels
Colunista:
Renata de Souza da Silva Rodrigues
CRP 05/48142
Psicóloga, graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro / UERJ.
Atende no Rio de Janeiro oferecendo atendimento clínico e
orientação profissional para adolescentes, jovens e adultos.
Uma das idealizadoras da Fanpage e Projeto Multiplica Psi.
Contatos:
E-mail: renata.rodrigues.psi@gmail.com
Facebook.com/multiplicapsi
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